Creio em Deus
Em primeiro lugar devemos crer que Deus existe. E o que
significa este nome __ Deus? Significa precisamente Aquele que governa e cuida
de todas as coisas. Tudo o que há no mundo está subordinada à sua providência.
Portanto, nada tem sua origem no acaso, mas em Deus que é o único que cria a
partir do nada.
"Creio em Deus" nossa profissão de fé começa com Deus, pois Ele
é o "Primeiro e o Último" (Is 44,6), o Começo e o Fim de tudo. A confissão da
Unicidade de Deus, que tem a sua raiz na Revelação Divina na Antiga Aliança, é
inseparável da confissão da existência de Deus, e igualmente fundamental. Deus é
Único: só existe um Deus: "A fé cristã confessa que há Um só Deus, por
natureza, por Substância e por essência".
Crer em Deus, o Único, e amá-lo com todo o seu ser, tem
conseqüências imensas para toda a nossa vida :
- Significa conhecer a grandeza e a majestade de Deus : "Deus é
grande demais para que o possamos conhecer". (Jó 36,26). É por isso que Deus
deve ser o "primeiro a ser servido" (Sta. Joana d" Arc).
- Significa viver em ação de graças : Se Deus é o único, tudo o
que somos e tudo o que possuímos vem Dele: " Que é que possuis, que
não tenhas recebido? " (I Cor 4,7). "
Como retribuirei ao Senhor todo o bem que me faz ?"
(Sl 116,12).
- Significa conhecer a unidade e a verdadeira dignidade de
todos os homens: Todos eles são feitos a " imagem e semelhança de Deus" (Gn
1,26).
- Significa usar corretamente das coisas criadas: A fé no Deus
Único nos leva a usar de tudo o que não é ele na medida em que isto nos aproxima
dele, e a desapegar-se das coisas na medida em que nos desviam dele. (Mt
5,29-30; 16,24; 19,23-24)
- Significa confiar em Deus em qualquer circunstância, mesmo na
adversidade : A oração de S. Teresa de Jesus expressa esta confiança inabalável
em Deus -
Nada te perturbe/ Nada te assuste
Tudo passa
Deus alcança
Quem a Deus tem, Nada lhe falta.
Só Deus basta.
Tudo passa
Deus alcança
Quem a Deus tem, Nada lhe falta.
Só Deus basta.
Pai todo poderoso... (Cat. 238 - 248)
A invocação de Deus como "Pai" é conhecida em muitas religiões.
A divindade é muitas vezes considerada como "pai dos deuses e dos homens" . Deus
é pai , mas ainda, em razão da Aliança do dom da Lei a Israel, seu "filho
primogênito" (Ex 4,22).
Ao designar Deus com o nome de "Pai ", a linguagem da fé indica
principalmente dois aspectos:
- que Deus é origem primeira de tudo e autoridade
transcendente, e
- que ao mesmo tempo é bondade e solicitude de amor para todos
os seus filhos.
A linguagem da fé inspira-se assim na experiência humana dos
pais (genitores), que são de certo modo os primeiros representantes de Deus para
o homem. Mas esta experiência humana ensina também que os pais humanos são
falíveis e que podem desfigurar o rosto da paternidade. Convém lembrar que Deus
transcende à paternidade humana (Sl 27,10), embora seja a sua origem e medida
(Ef 3,14; Is 49,15). Ninguém é pai como Deus o é. Muito particularmente ele é o
" Pai dos pobres", do órfão e da viúva que estão sob sua proteção de amor . (Sl
68,6).
A encarnação do Filho de Deus revela que DEUS é o Pai eterno, e
que o Filho é consubstancial a Ele, isto é, que o Filho é no Pai e com o Pai o
mesmo Deus único.
Deus é o Pai todo-poderoso. Sua paternidade e seu poder
iluminam-se mutuamente. As Sagradas Escrituras professam várias vezes o poder
universal de Deus. Ele é chamado "o Poderoso de Jacó" (Gn 49,24; Is 1,24), o
"Forte, o Valente" (Sl 24,8-10). Se Deus é todo-poderoso "no céu e na terra" (Sl
135,6), é porque os fez. Ele é o Senhor do universo, cuja ordem estabeleceu,
ordem esta que lhe permanece inteiramente submissa e disponível ; Ele é o Senhor
da história. Com efeito, mostra a sua onipotência paternal pela maneira que
cuida das nossas necessidades (Mt 6,32). Por isso, nada é mais propício para
sedimentar nossa fé e a nossa esperança do que a certeza profunda gravada no
nosso coração que nada é impossível a Deus. (Lc 1,37)
"A fé católica é esta: que veneramos o único Deus na Trindade,
e a Trindade na unidade, não confundindo as pessoas, nem separando a substância:
pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; mas uma
é a divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo; mas uma só é a divindade do
Pai, do Filho e do Espírito Santo, igual a glória, co-eterna a majestade. (
Cat.266)"
Criador do céu e da terra...
(Cat. 279 - 382)
Deus é a causa universal de todas as coisas, e não só cria a
forma, mas também a matéria. Por isso fez todas as coisas do nada. recitamos no
Credo essa verdade: criador do céu e da terra.
Há diferença entre criar e fazer?
criar, é tirar do nada. Fazer, por sua vez, é produzir a partir de uma
matéria pré-existente. Se Deus criou as coisas do nada, também pode refazê -
las. Pode dar vista a um cego, ressuscitar um morto e fazer outros milagres. Diz
a Escritura: O poder está a Vós submetido, quando quereis (Sab 12,18). Só
Deus criou o universo, livre e direta. Nenhuma criatura tem o poder necessário
para "criar" no sentido próprio da palavra, isto é produzir e dar o ser
àquilo que não o tinha de modo algum.
O Símbolo da fé retoma estas palavras confessando Deus Pai todo
-poderoso como "o Criador do céu e da terra" , "de todas as coisas
visíveis e invisíveis" .
Existe um mundo sobrenatural que não podemos ver. Apenas O
conhecemos por revelação divina, e mesmo assim, imperfeitamente. Sabemos que
existem anjos, espíritos puros, sem corpo, que servem a Deus noite e dia, e que
têm como missão o cuidado de cada um nós; há também anjos decaídos, inimigos de
Deus e nossos. Temos um céu a ganhar, um inferno a evitar. Mas depois de nos
revelar tudo isso, Deus poderia nos dizer : " Vocês terão muito tempo para
contemplar todas estas coisas mais tarde."
Deus fez o céu e a terra para nós. Quer se trate de coisas
presentes, quer de coisas futuras, diz São Paulo, " tudo é nosso".
Vivemos rodeados pelas criaturas de Deus.
A profissão de fé do IV Concílio de Latrão afirma que Deus "
criou conjuntamente, do nada, desde o início do tempo, ambas as criaturas, a
espiritual e a corporal, isto é, os anjos e o mundo terrestre; em seguida, a
criatura humana que tem algo de ambas por compor-se de espírito e de corpo"
(DS 3002).
A hierarquia das criaturas é expressa pela ordem dos " seis "
dias, que vai do menos ao mais perfeito. Deus ama todas as suas criaturas (Sl
145,9), cuida de cada uma, até mesmo os pássaros. Jesus diz: " Vós valeis
mais do que muitos pássaros" (Lc 12,6 -7), ou ainda: " Um homem vale muito
mais que uma ovelha" (Mt 12,12).
Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, homem e mulher
Ele os criou (Gn 1,27), nesta afirmação vamos encontrar dois aspectos
importante:
- Deus é o Criador do homem e o criou por amor, criando-o capaz
de degustar o Bem eterno.
- Criado a imagem e semelhança de Deus por estar dotado de
inteligência e vontade.
Deus criou tudo para o homem, este porém, foi criado para
servir e amar a Deus e para oferecer-lhe toda a criação. O homem foi criado por
Deus e para Deus. (Cat 358). Por exemplo, quando " criamos " alguma coisa , ela
passa a pertencer-nos. Deus nos possui: é para Ele que existimos; fazer sua
vontade é algo que deve interessar-nos muito mais do que fazer nossa própria
vontade.
A criação é o fundamento de "todos os desígnios salvíficos de
Deus", "o começo da história da salvação" que culmina em Cristo. Desde o início,
Deus tinha em vista a glória da nova criação em Cristo (Rm 8,18 - 23).
As criaturas existem para nos ajudarem a ter Deus perto de nós,
para que, através delas, pensemos como o seu Autor deve ser grande, como deve
ser poderoso e possuir uma beleza mais fascinante que o pôr-do-sol. As criaturas
existem também, para nos tornarmos agradecidos por sua existência e beleza.
Tudo isto é verdade acerca das criaturas terrenas de Deus. Ele
fez o céu e a terra. E não é só a terra que é nossa, também o céu é nosso, isto
é, existe para que gozemos de suas maravilhas. Contamos já agora com a proteção
dos anjos e com as preces de Nossa Senhora e dos Santos, porque somos filhos de
Deus, para que possamos deixar para trás o purgatório e encontrarmos no céu o
fim para o qual fomos realmente criados, a existência que verdadeiramente
satisfaz todos os anseios da nossa natureza .
Em primeiro lugar devemos crer que Deus existe. E o que
significa este nome __ Deus? Significa precisamente Aquele que governa e cuida
de todas as coisas. Tudo o que há no mundo está subordinada à sua providência.
Portanto, nada tem sua origem no acaso, mas em Deus que é o único que cria a
partir do nada.
"Creio em Deus" nossa profissão de fé começa com Deus, pois Ele
é o "Primeiro e o Último" (Is 44,6), o Começo e o Fim de tudo. A confissão da
Unicidade de Deus, que tem a sua raiz na Revelação Divina na Antiga Aliança, é
inseparável da confissão da existência de Deus, e igualmente fundamental. Deus é
Único: só existe um Deus: "A fé cristã confessa que há Um só Deus, por
natureza, por Substância e por essência".
Crer em Deus, o Único, e amá-lo com todo o seu ser, tem
conseqüências imensas para toda a nossa vida :
- Significa conhecer a grandeza e a majestade de Deus : "Deus é
grande demais para que o possamos conhecer". (Jó 36,26). É por isso que Deus
deve ser o "primeiro a ser servido" (Sta. Joana d" Arc).
- Significa viver em ação de graças : Se Deus é o único, tudo o
que somos e tudo o que possuímos vem Dele: " Que é que possuis, que
não tenhas recebido? " (I Cor 4,7). "
Como retribuirei ao Senhor todo o bem que me faz ?"
(Sl 116,12).
- Significa conhecer a unidade e a verdadeira dignidade de
todos os homens: Todos eles são feitos a " imagem e semelhança de Deus" (Gn
1,26).
- Significa usar corretamente das coisas criadas: A fé no Deus
Único nos leva a usar de tudo o que não é ele na medida em que isto nos aproxima
dele, e a desapegar-se das coisas na medida em que nos desviam dele. (Mt
5,29-30; 16,24; 19,23-24)
- Significa confiar em Deus em qualquer circunstância, mesmo na
adversidade : A oração de S. Teresa de Jesus expressa esta confiança inabalável
em Deus -
Nada te perturbe/ Nada te assuste
Tudo passa
Deus alcança
Quem a Deus tem, Nada lhe falta.
Só Deus basta.
Tudo passa
Deus alcança
Quem a Deus tem, Nada lhe falta.
Só Deus basta.
Pai todo poderoso... (Cat. 238 - 248)
A invocação de Deus como "Pai" é conhecida em muitas religiões.
A divindade é muitas vezes considerada como "pai dos deuses e dos homens" . Deus
é pai , mas ainda, em razão da Aliança do dom da Lei a Israel, seu "filho
primogênito" (Ex 4,22).
Ao designar Deus com o nome de "Pai ", a linguagem da fé indica
principalmente dois aspectos:
- que Deus é origem primeira de tudo e autoridade
transcendente, e
- que ao mesmo tempo é bondade e solicitude de amor para todos
os seus filhos.
A linguagem da fé inspira-se assim na experiência humana dos
pais (genitores), que são de certo modo os primeiros representantes de Deus para
o homem. Mas esta experiência humana ensina também que os pais humanos são
falíveis e que podem desfigurar o rosto da paternidade. Convém lembrar que Deus
transcende à paternidade humana (Sl 27,10), embora seja a sua origem e medida
(Ef 3,14; Is 49,15). Ninguém é pai como Deus o é. Muito particularmente ele é o
" Pai dos pobres", do órfão e da viúva que estão sob sua proteção de amor . (Sl
68,6).
A encarnação do Filho de Deus revela que DEUS é o Pai eterno, e
que o Filho é consubstancial a Ele, isto é, que o Filho é no Pai e com o Pai o
mesmo Deus único.
Deus é o Pai todo-poderoso. Sua paternidade e seu poder
iluminam-se mutuamente. As Sagradas Escrituras professam várias vezes o poder
universal de Deus. Ele é chamado "o Poderoso de Jacó" (Gn 49,24; Is 1,24), o
"Forte, o Valente" (Sl 24,8-10). Se Deus é todo-poderoso "no céu e na terra" (Sl
135,6), é porque os fez. Ele é o Senhor do universo, cuja ordem estabeleceu,
ordem esta que lhe permanece inteiramente submissa e disponível ; Ele é o Senhor
da história. Com efeito, mostra a sua onipotência paternal pela maneira que
cuida das nossas necessidades (Mt 6,32). Por isso, nada é mais propício para
sedimentar nossa fé e a nossa esperança do que a certeza profunda gravada no
nosso coração que nada é impossível a Deus. (Lc 1,37)
"A fé católica é esta: que veneramos o único Deus na Trindade,
e a Trindade na unidade, não confundindo as pessoas, nem separando a substância:
pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; mas uma
é a divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo; mas uma só é a divindade do
Pai, do Filho e do Espírito Santo, igual a glória, co-eterna a majestade. (
Cat.266)"
Criador do céu e da terra...
(Cat. 279 - 382)
Deus é a causa universal de todas as coisas, e não só cria a
forma, mas também a matéria. Por isso fez todas as coisas do nada. recitamos no
Credo essa verdade: criador do céu e da terra.
Há diferença entre criar e fazer?
criar, é tirar do nada. Fazer, por sua vez, é produzir a partir de uma
matéria pré-existente. Se Deus criou as coisas do nada, também pode refazê -
las. Pode dar vista a um cego, ressuscitar um morto e fazer outros milagres. Diz
a Escritura: O poder está a Vós submetido, quando quereis (Sab 12,18). Só
Deus criou o universo, livre e direta. Nenhuma criatura tem o poder necessário
para "criar" no sentido próprio da palavra, isto é produzir e dar o ser
àquilo que não o tinha de modo algum.
O Símbolo da fé retoma estas palavras confessando Deus Pai todo
-poderoso como "o Criador do céu e da terra" , "de todas as coisas
visíveis e invisíveis" .
Existe um mundo sobrenatural que não podemos ver. Apenas O
conhecemos por revelação divina, e mesmo assim, imperfeitamente. Sabemos que
existem anjos, espíritos puros, sem corpo, que servem a Deus noite e dia, e que
têm como missão o cuidado de cada um nós; há também anjos decaídos, inimigos de
Deus e nossos. Temos um céu a ganhar, um inferno a evitar. Mas depois de nos
revelar tudo isso, Deus poderia nos dizer : " Vocês terão muito tempo para
contemplar todas estas coisas mais tarde."
Deus fez o céu e a terra para nós. Quer se trate de coisas
presentes, quer de coisas futuras, diz São Paulo, " tudo é nosso".
Vivemos rodeados pelas criaturas de Deus.
A profissão de fé do IV Concílio de Latrão afirma que Deus "
criou conjuntamente, do nada, desde o início do tempo, ambas as criaturas, a
espiritual e a corporal, isto é, os anjos e o mundo terrestre; em seguida, a
criatura humana que tem algo de ambas por compor-se de espírito e de corpo"
(DS 3002).
A hierarquia das criaturas é expressa pela ordem dos " seis "
dias, que vai do menos ao mais perfeito. Deus ama todas as suas criaturas (Sl
145,9), cuida de cada uma, até mesmo os pássaros. Jesus diz: " Vós valeis
mais do que muitos pássaros" (Lc 12,6 -7), ou ainda: " Um homem vale muito
mais que uma ovelha" (Mt 12,12).
Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, homem e mulher
Ele os criou (Gn 1,27), nesta afirmação vamos encontrar dois aspectos
importante:
- Deus é o Criador do homem e o criou por amor, criando-o capaz
de degustar o Bem eterno.
- Criado a imagem e semelhança de Deus por estar dotado de
inteligência e vontade.
Deus criou tudo para o homem, este porém, foi criado para
servir e amar a Deus e para oferecer-lhe toda a criação. O homem foi criado por
Deus e para Deus. (Cat 358). Por exemplo, quando " criamos " alguma coisa , ela
passa a pertencer-nos. Deus nos possui: é para Ele que existimos; fazer sua
vontade é algo que deve interessar-nos muito mais do que fazer nossa própria
vontade.
A criação é o fundamento de "todos os desígnios salvíficos de
Deus", "o começo da história da salvação" que culmina em Cristo. Desde o início,
Deus tinha em vista a glória da nova criação em Cristo (Rm 8,18 - 23).
As criaturas existem para nos ajudarem a ter Deus perto de nós,
para que, através delas, pensemos como o seu Autor deve ser grande, como deve
ser poderoso e possuir uma beleza mais fascinante que o pôr-do-sol. As criaturas
existem também, para nos tornarmos agradecidos por sua existência e beleza.
Tudo isto é verdade acerca das criaturas terrenas de Deus. Ele
fez o céu e a terra. E não é só a terra que é nossa, também o céu é nosso, isto
é, existe para que gozemos de suas maravilhas. Contamos já agora com a proteção
dos anjos e com as preces de Nossa Senhora e dos Santos, porque somos filhos de
Deus, para que possamos deixar para trás o purgatório e encontrarmos no céu o
fim para o qual fomos realmente criados, a existência que verdadeiramente
satisfaz todos os anseios da nossa natureza .
Em primeiro lugar devemos crer que Deus existe. E o que
significa este nome __ Deus? Significa precisamente Aquele que governa e cuida
de todas as coisas. Tudo o que há no mundo está subordinada à sua providência.
Portanto, nada tem sua origem no acaso, mas em Deus que é o único que cria a
partir do nada.
"Creio em Deus" nossa profissão de fé começa com Deus, pois Ele
é o "Primeiro e o Último" (Is 44,6), o Começo e o Fim de tudo. A confissão da
Unicidade de Deus, que tem a sua raiz na Revelação Divina na Antiga Aliança, é
inseparável da confissão da existência de Deus, e igualmente fundamental. Deus é
Único: só existe um Deus: "A fé cristã confessa que há Um só Deus, por
natureza, por Substância e por essência".
Crer em Deus, o Único, e amá-lo com todo o seu ser, tem
conseqüências imensas para toda a nossa vida :
- Significa conhecer a grandeza e a majestade de Deus : "Deus é
grande demais para que o possamos conhecer". (Jó 36,26). É por isso que Deus
deve ser o "primeiro a ser servido" (Sta. Joana d" Arc).
- Significa viver em ação de graças : Se Deus é o único, tudo o
que somos e tudo o que possuímos vem Dele: " Que é que possuis, que
não tenhas recebido? " (I Cor 4,7). "
Como retribuirei ao Senhor todo o bem que me faz ?"
(Sl 116,12).
- Significa conhecer a unidade e a verdadeira dignidade de
todos os homens: Todos eles são feitos a " imagem e semelhança de Deus" (Gn
1,26).
- Significa usar corretamente das coisas criadas: A fé no Deus
Único nos leva a usar de tudo o que não é ele na medida em que isto nos aproxima
dele, e a desapegar-se das coisas na medida em que nos desviam dele. (Mt
5,29-30; 16,24; 19,23-24)
- Significa confiar em Deus em qualquer circunstância, mesmo na
adversidade : A oração de S. Teresa de Jesus expressa esta confiança inabalável
em Deus -
Nada te perturbe/ Nada te assuste
Tudo passa
Deus alcança
Quem a Deus tem, Nada lhe falta.
Só Deus basta.
Tudo passa
Deus alcança
Quem a Deus tem, Nada lhe falta.
Só Deus basta.
Pai todo poderoso... (Cat. 238 - 248)
A invocação de Deus como "Pai" é conhecida em muitas religiões.
A divindade é muitas vezes considerada como "pai dos deuses e dos homens" . Deus
é pai , mas ainda, em razão da Aliança do dom da Lei a Israel, seu "filho
primogênito" (Ex 4,22).
Ao designar Deus com o nome de "Pai ", a linguagem da fé indica
principalmente dois aspectos:
- que Deus é origem primeira de tudo e autoridade
transcendente, e
- que ao mesmo tempo é bondade e solicitude de amor para todos
os seus filhos.
A linguagem da fé inspira-se assim na experiência humana dos
pais (genitores), que são de certo modo os primeiros representantes de Deus para
o homem. Mas esta experiência humana ensina também que os pais humanos são
falíveis e que podem desfigurar o rosto da paternidade. Convém lembrar que Deus
transcende à paternidade humana (Sl 27,10), embora seja a sua origem e medida
(Ef 3,14; Is 49,15). Ninguém é pai como Deus o é. Muito particularmente ele é o
" Pai dos pobres", do órfão e da viúva que estão sob sua proteção de amor . (Sl
68,6).
A encarnação do Filho de Deus revela que DEUS é o Pai eterno, e
que o Filho é consubstancial a Ele, isto é, que o Filho é no Pai e com o Pai o
mesmo Deus único.
Deus é o Pai todo-poderoso. Sua paternidade e seu poder
iluminam-se mutuamente. As Sagradas Escrituras professam várias vezes o poder
universal de Deus. Ele é chamado "o Poderoso de Jacó" (Gn 49,24; Is 1,24), o
"Forte, o Valente" (Sl 24,8-10). Se Deus é todo-poderoso "no céu e na terra" (Sl
135,6), é porque os fez. Ele é o Senhor do universo, cuja ordem estabeleceu,
ordem esta que lhe permanece inteiramente submissa e disponível ; Ele é o Senhor
da história. Com efeito, mostra a sua onipotência paternal pela maneira que
cuida das nossas necessidades (Mt 6,32). Por isso, nada é mais propício para
sedimentar nossa fé e a nossa esperança do que a certeza profunda gravada no
nosso coração que nada é impossível a Deus. (Lc 1,37)
"A fé católica é esta: que veneramos o único Deus na Trindade,
e a Trindade na unidade, não confundindo as pessoas, nem separando a substância:
pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; mas uma
é a divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo; mas uma só é a divindade do
Pai, do Filho e do Espírito Santo, igual a glória, co-eterna a majestade. (
Cat.266)"
Criador do céu e da terra...
(Cat. 279 - 382)
Deus é a causa universal de todas as coisas, e não só cria a
forma, mas também a matéria. Por isso fez todas as coisas do nada. recitamos no
Credo essa verdade: criador do céu e da terra.
Há diferença entre criar e fazer?
criar, é tirar do nada. Fazer, por sua vez, é produzir a partir de uma
matéria pré-existente. Se Deus criou as coisas do nada, também pode refazê -
las. Pode dar vista a um cego, ressuscitar um morto e fazer outros milagres. Diz
a Escritura: O poder está a Vós submetido, quando quereis (Sab 12,18). Só
Deus criou o universo, livre e direta. Nenhuma criatura tem o poder necessário
para "criar" no sentido próprio da palavra, isto é produzir e dar o ser
àquilo que não o tinha de modo algum.
O Símbolo da fé retoma estas palavras confessando Deus Pai todo
-poderoso como "o Criador do céu e da terra" , "de todas as coisas
visíveis e invisíveis" .
Existe um mundo sobrenatural que não podemos ver. Apenas O
conhecemos por revelação divina, e mesmo assim, imperfeitamente. Sabemos que
existem anjos, espíritos puros, sem corpo, que servem a Deus noite e dia, e que
têm como missão o cuidado de cada um nós; há também anjos decaídos, inimigos de
Deus e nossos. Temos um céu a ganhar, um inferno a evitar. Mas depois de nos
revelar tudo isso, Deus poderia nos dizer : " Vocês terão muito tempo para
contemplar todas estas coisas mais tarde."
Deus fez o céu e a terra para nós. Quer se trate de coisas
presentes, quer de coisas futuras, diz São Paulo, " tudo é nosso".
Vivemos rodeados pelas criaturas de Deus.
A profissão de fé do IV Concílio de Latrão afirma que Deus "
criou conjuntamente, do nada, desde o início do tempo, ambas as criaturas, a
espiritual e a corporal, isto é, os anjos e o mundo terrestre; em seguida, a
criatura humana que tem algo de ambas por compor-se de espírito e de corpo"
(DS 3002).
A hierarquia das criaturas é expressa pela ordem dos " seis "
dias, que vai do menos ao mais perfeito. Deus ama todas as suas criaturas (Sl
145,9), cuida de cada uma, até mesmo os pássaros. Jesus diz: " Vós valeis
mais do que muitos pássaros" (Lc 12,6 -7), ou ainda: " Um homem vale muito
mais que uma ovelha" (Mt 12,12).
Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, homem e mulher
Ele os criou (Gn 1,27), nesta afirmação vamos encontrar dois aspectos
importante:
- Deus é o Criador do homem e o criou por amor, criando-o capaz
de degustar o Bem eterno.
- Criado a imagem e semelhança de Deus por estar dotado de
inteligência e vontade.
Deus criou tudo para o homem, este porém, foi criado para
servir e amar a Deus e para oferecer-lhe toda a criação. O homem foi criado por
Deus e para Deus. (Cat 358). Por exemplo, quando " criamos " alguma coisa , ela
passa a pertencer-nos. Deus nos possui: é para Ele que existimos; fazer sua
vontade é algo que deve interessar-nos muito mais do que fazer nossa própria
vontade.
A criação é o fundamento de "todos os desígnios salvíficos de
Deus", "o começo da história da salvação" que culmina em Cristo. Desde o início,
Deus tinha em vista a glória da nova criação em Cristo (Rm 8,18 - 23).
As criaturas existem para nos ajudarem a ter Deus perto de nós,
para que, através delas, pensemos como o seu Autor deve ser grande, como deve
ser poderoso e possuir uma beleza mais fascinante que o pôr-do-sol. As criaturas
existem também, para nos tornarmos agradecidos por sua existência e beleza.
Tudo isto é verdade acerca das criaturas terrenas de Deus. Ele
fez o céu e a terra. E não é só a terra que é nossa, também o céu é nosso, isto
é, existe para que gozemos de suas maravilhas. Contamos já agora com a proteção
dos anjos e com as preces de Nossa Senhora e dos Santos, porque somos filhos de
Deus, para que possamos deixar para trás o purgatório e encontrarmos no céu o
fim para o qual fomos realmente criados, a existência que verdadeiramente
satisfaz todos os anseios da nossa natureza .
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