Este mundo de hoje não está fácil para os espiões profissionais. Afinal, com a ampla disponibilidade de ferramentas tecnológicas poderosíssimas e gratuitas, eles têm sido passados para trás até por amadores adolescentes.
A última vítima foi James Clapper, diretor de Inteligência Nacional do governo dos Estados Unidos, que teve contas de email seus e de sua família e até mesmo sua linha telefônica pessoal invadidos pelo grupo "Crackas With Attitude" (CWA) nos últimos dias. Para tirar onda, os hackers redirecionaram as chamadas telefônicas de Clapper para o Movimento Palestina Livre (os garotos alegam que suas ações são protestos contra a política americana no Oriente Médio).
O CWA, supostamente formado por meia dúzia de adolescentes, um deles com 15 anos, é o mesmo grupo que, em outubro do ano passado, invadiu a conta de email do diretor da CIA, John Brennan, e saiu dizendo pelas redes sociais que o ataque foi tão fácil que até uma criança de 5 anos conseguiria.
Sabe-se de detalhes sobre os dois ataque porque um dos supostos integrantes do grupo entrou em contato com o site americano de tecnologia Motherboard, que checou a história. Um dos fundadores do Movimento Palestina Livre, Paul Larudee, confirmou que estava recebendo chamadas destinadas a Clapper.
Após o ataque, os hackers zombaram de sua vítima pelo twitter:
Será que tem alguma referencia?...
Os CWA brincam com fogo. As leis de segurança nacional em vigor nos EUA desde 2002 dão amplo poder de investigar e de punir ataques como esse. Nesta Era da Vigilância, inaugurada após os ataques ao World Trade Center, suspeitos de terrorismo podem ser vigiados sem quase nenhum constrangimento legal.
A ironia é que está ficando claro que a Era da Vigilância afeta todo mundo. Não são só os cidadãos comuns que ficaram a mercê do aparato estatal - o aparato estatal também pouco pode fazer para se proteger de cidadãos comuns equipados apenas com uma conexão à internet e disposição para investigar.
Fonte: Super Interessante
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