domingo, 15 de janeiro de 2017

Sistema da IBM substitui 34 funcionários de empresa no Japão.

Funcionário digital vai executar tarefas repetitivas e poupar dinheiro para seguradora.



O IBM Watson, que a empresa define como uma plataforma de computação cognitiva, substituiu 34 funcionários de um escritório de seguros no Japão, de acordo com o jornal local The Mainichi.
O sistema funciona como um software de análise de dados com inteligência artificial, que ajuda gestores a tomarem decisões, entre outras centenas de funções. Essencialmente, ele analisa as informações da mesma forma que um ser humano, e consegue interpretar textos, áudios, imagens e vídeos, mesmo que eles não estejam estruturados.
O Watson vai começar a atuar neste mês na Fukoku Mutual Life Insurance Company lendo documentos médicos e determinando pagamentos com base em ferimentos, históricos e procedimentos médicos.
O investimento inicial da operação é de 1,7 milhão de dólares, com manutenção anual de 128 mil dólares. A empresa espera poupar 1,1 milhão de dólares por ano com o uso da ferramenta. A Fukoku Mutual Life Insurance Company também utiliza a inteligência artificial para analisar ligações para seu call center, identificando a linguagem dos clientes entre positiva e negativa.
O Watson ficou conhecido em 2011, ao vencer humanos em um programa de perguntas e respostas na TV, o Jeopardy. Essa tecnologia da IBM aprende conforme analisa informações e ajuda empresas a reduzir custos e melhorar o atendimento aos clientes.
Um exemplo de atuação no Brasil é no banco Bradesco. O Watson aprendeu o nosso idioma e a companhia ensinou o sistema a responder mais de 50 mil perguntas dos funcionários sobre suas rotinas de trabalho.
O Fórum Econômico Mundial prevê que a inteligência artificial pode eliminar mais de 7 milhões de empregos nas 15 maiores economias nos próximos anos. Enquanto essas plataformas realizam trabalhos repetitivos, humanos podem ter mais tempo livre para executar tarefas que exigem mais “humanidade”.
Diversos aplicativos para smartphones também utilizam o Watson, como o Nutrino, o Record e o MeCasei.

Coleira avisa quando o seu cachorro está perdido.

Acessório monitora cada passo do pet, envia notificações aos donos e pode transmitir frases como "Olá" e "Estou perdido".



Esta coleira inteligente promete conectar os cães e seus donos 24 horas por dia. Quer saber onde seu pet está? O GPS acoplado ali permite que você rastreie cada passo do animalzinho – dá para saber até em qual andar da casa ele se encontra, já que se trata de um GPS “3D”, que detecta altitude.
O dispositivo também monitora a temperatura e as atividades do cachorro, enviando notificações para o smartphone por meio de um aplicativo. Você pode saber se ele está feliz, com sono, agitado ou se precisa de um passeio.
Um painel de LED acoplado emite frases curtas. Se o bichinho sair do perímetro delimitado, por exemplo, a coleira pode reproduzir a frase “Estou perdido” junto com um telefone para contato.
Dispositivo enviar notificações de temperatura e de atividades por meio de um aplicativo.

Outra função é o “modo ultrassom” que emite alguns ruídos em alta frequência que, segundo a empresa fabricante, teria a capacidade de acalmar os cachorros e até evitar brigas.
A coleira funciona com bateria, que dura, em média, 30 dias. Depois desse período, ela pode ser recarregada em uma base que acompanha o produto.
A bateria da coleira dura, em média, 30 dias e pode ser recarregada.

A coleira, que está em pré-venda, custa US$ 249 (cerca de R$ 815) e tem uma taxa mensal de US$ 4,99 (em torno de R$ 16) para manter o GPS ativo. Entre as cores disponíveis: preto, azul, marrom, vermelho, rosa, azul e branco.

sábado, 14 de janeiro de 2017

Morcegos brasileiros começam a se alimentar de sangue humano.

Espécie encontrada no Nordeste, conhecida por consumir sangue de aves, agora incluiu o sangue pessoas em sua dieta.


Pesquisadores brasileiros, da Universidade Federal de Pernambuco, descobriram que, pela primeira vez, uma espécie de morcego passou a se alimentar de sangue humano naquela região. Antes disso, o que se sabia era que o animal consumia, exclusivamente, sangue de pássaros.
O estudo, conduzido no Parque Nacional do Catimbau (a cerca de 300 km de Recife)analisou 70 amostras de fezes da espécie Diphylla ecaudata (o morcego-vampiro-de-pernas-peludas) e conseguiu extrair o DNA de 15 delas – sendo que em três continham vestígios de sangue humano misturado com o de aves. O resultado foi publicado na revista Acta Chiropterologica, especializada em morcegos.
“Nós ficamos muito surpresos. Essa espécie não tinha uma adaptação fisiológica para se alimentar com sangue de mamíferos”, explicou o pesquisador Enrico Bernard à New Scientist. Segundo o professor, o sangue de aves é rico em gordura, enquanto o dos mamíferos é mais espesso e rico em proteína.
Mudança de hábito
De acordo com os cientistas, a alteração no cardápio estaria associada a escassez de alimentos na região, que vem sendo alterada pela presença humana e seus animais domésticos. “Isso explicaria a mistura do sangue de galinha com o de humanos em nossas amostras”, diz o estudo.
A descoberta também é acompanhada de algumas preocupações: ataques e transmissão de doenças. Não seria um episódio inédito. Em 2005, uma superpopulação de morcegos-vampiros invadiu o litoral norte do Maranhão e causou um surto de raiva, que deixou 20 mortos. Entre os sintomas: febre e dificuldade de se alimentar.
Das três espécies de morcegos-vampiros já conhecidas, apenas uma era considerada hematófaga (que se alimenta de sangue). Agora, mais uma é acrescentada à lista.

Se a luz se propaga em linha reta, por que o arco-íris é curvo?

A reposta está na angulação entre a água e a luz.



O arco-íris ocorre porque as gotas da água da chuva (ou de qualquer outra coisa que deixe partículas de água em suspensão, como neblina ou cachoeiras muito altas) funcionam como prismas, ou seja, decompõem a luz solar em vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul anil e violeta.
Cada raio de luz dessas sete cores sai da gota em sentido contrário e num ângulo de 42 graus, aproximadamente, em relação ao raio de luz incidente. Por isso, para observar o arco-íris, é necessário estar entre o Sol e a Chuva; e o Sol não deve nem estar muito alto nem muito baixo, para que a luz alcance o observador no ângulo ideal de 42 graus.
O arco-íris é curvo porque essa é a única forma de os raios de luz formarem ângulos de 42 graus, de onde quer que se olhe. É como desenhar uma semicircunferência como um compasso aberto de 42 graus: todos os pontos de arco “olharão” o centro do compasso no mesmo ângulo.

Pela primeira vez, cientistas flagram aranha comendo cobra.

Pesquisadores brasileiros registraram o acontecimento quando faziam um trabalho de campo no Rio Grande do Sul.


Membros da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, flagraram uma cena jamais vista no mundo animal. Eles fizeram o primeiro registro de uma tarântula devorando uma cobra de quase 40 centímetros na natureza. Você vê abaixo:



Toda a ação foi registrada por um grupo de estudantes da UFSM quando faziam um trabalho de campo na Serra do Caverá, em Rosário do Sul (RS). O local, segundo artigo publicado pelos pesquisadores no site Herpetology Notes, é conhecido por abrigar uma grande quantidade de espécies de tarântulas – especialmente fêmeas sedentárias.
No estudo, eles contam que encontraram uma cobra não venenosa de 39,6 centímetros, da espécie Erythrolamprus almadensis, escondida embaixo de uma rocha. Ao se aproximarem, os estudantes notaram que o animal havia sido dilacerado por uma tarântula, da espécie Grammostola quirogai.
“A predação de uma cobra tão grande em relação ao tamanho da aranha foi extremamente surpreendente para nós”, disse Leandro Malta Borges, um dos autores do estudo, em entrevista para o Live Science.
Geralmente, tarântulas se alimentam de outras aranhas, insetos, pequenos répteis, mamíferos, pássaros e anfíbios. Para Borges, o que provavelmente aconteceu nesse caso foi que a cobra entrou na toca da tarântula em busca de abrigo e acabou sendo atacada. Os pesquisadores ainda não descobriram como a aranha matou a cobra – se foi com as suas garras de 0,8 centímetro ou com veneno.
Há décadas, cientistas sabem que cobras podem ser devoradas por tarântulas. Vital Brazil e Jehan Vellard, ambos cientistas brasileiros, descobriram em 1926 que tarântulas cativas às vezes comiam serpentes.
Os pesquisadores da UFSM, no entanto, apontam que a observação que fizeram é única, pois é a primeira vez que uma tarântula é vista comendo uma cobra no meio da natureza. “É muito gratificante contribuir para esse registro, pois, até onde sabemos, só existem casos documentados de situações em cativeiro”, afirmou Borges em uma entrevista para a National Geographic.
Tanto a tarântula quanto a cobra foram coletadas e levadas para o laboratório para serem analisadas.

Brasil terá dois eclipses solares em 2017.

Só pena que os dois serão parciais. Já quem estiver nos EUA ou Argentina verá o espetáculo completo.


O Sol vai desaparecer dia 26 de fevereiro. Mas só o sul da Argentina e do Chile, mais Angola, Congo e Zâmbia na África serão agraciados com um eclipse total sobre suas cabeças. E a sorte deles é maior do que parece: esse será um raro eclipse anular, igual o da imagem em cima, com a a Lua encobrindo o Sol todo, menos as bordas, deixando um “anel de fogo” no céu– “de fogo” entre aspas, claro, já que não tem fogo no Sol, o que a gente vê ali é energia nuclear pura, a céu aberto. Eis a rota do glorioso eclipse anular:


Sim, ele não vai “passar” pelo Brasil. Mas os residentes da pátria amada poderão ter uma palhinha. Lá pelas 10h da manhã do dia 26, a maior parte dos brasileiros conseguirá ver pelo menos um pedacinho do Sol desaparecer momentaneamente. Quanto mais ao Sul você estiver, menos parcial será o eclipse.
Depois dessa, o Sol fica preto de novo no dia 21 agosto. A versão total desse eclipse vai acontecer longe do Brasil, mas a vantagem agora será de quem mora no norte e no nordeste – esses conseguirão ver uma boa parcial do fenômeno. Quem se deu bem mesmo foram os americanos. O eclipse total vai atravessar TODO o território dos Estados Unidos. Confira:



sábado, 6 de agosto de 2016

Máquina transforma seu xixi em água potável.

E os inventores dessa engenhoca querem testá-la fazendo uma cerveja.



Beber xixi pode até parecer nojento. Mas um grupo de cientistas da Universidade de Gante, na Bélgica, provou que não precisa ter asco: eles criaram uma máquina que usa apenas energia solar para transformar urina em água potável e em fertilizante para a agricultura. Os caras confiam tanto na própria invenção que beberam, eles mesmo, o xixi limpinho - e vão até usar a água que resultou do primeiro teste para fazer cerveja.
A técnica é simples: em um tanque, a urina é coletada e aquecida, usando energia solar. Depois, o que sobra é filtrado por uma membrana que consegue remover 95% da amônia, uma substância tóxica, do xixi (é, ainda sobram 5%, mas os cientistas garantem que essa porcentagem não faz mal para a gente). Nutrientes como potássio, nitrogênio e fósforo também são separados da água, e podem ser usados para fertilizar a terra. 
O primeiro grande teste da engenhoca foi feito pela equipe no festival Gentse Feesten, em Gante no norte da Bélgica. Um evento de teatro e música que dura dez dias, e que costuma reunir cerca de um milhão de pessoas. Lá, os cientistas colocaram o xixi captado nos banheiros químicos na máquina, e conseguiram recuperar, em duas horas, mil litros de água limpa que será usada para fabricar cerveja, uma das maiores especialidades da Bélgica.
Transformar xixi em água potável não é exatamente uma novidade: desde 2008, na Estação Espacial Internacional, astronautas bebem água graças a um equipamento que recicla suor e urina. No ano passado, Bill Gates apareceu em um vídeo bebendo "água de xixi" de uma máquina parecida com essa dos cientistas belgas (só que bem maior e menos prática). E, além disso, um dispositivo chamado "Aguá H2O" foi criado em 2009, com a promessa de "limpar" a urina com uma coisa chamada "carbono ativado".
Beleza, tudo isso existe, só que a máquina dos belgas é a diferentona: primeiro, porque ela não usa eletricidade - só precisa de um solzinho para funcionar-; e segundo, porque ela é relativamente pequena - tem o tamanho de um carro médio (o oposto da máquina usada por Bill gates, por exemplo, que mais parecia uma fábrica inteira do que um dispositivo). 
Por ser tão prática e barata, e por não precisar de combustíveis fósseis ou de grandes gastos de energia, a técnica pode ser aplicada em áreas rurais e em países em desenvolvimento, que não tenham acesso fácil à energia e nem dinheiro de sobra para investir em máquinas mais caras. Mas, por enquanto, a engenhoca vai começar a ser usada em aeroportos e em estádios esportivos, além de servir para fabricar a cerveja.

Edward Snowden está criando uma capa de celular à prova de espionagem.

O mesmo cara que denunciou os EUA por um esquema global de vigilância está montando uma "armadura" de privacidade para o seu Smartphone.



Você tem um espião em casa. Ele dorme ao seu lado todos os dias. É com ele que você manda mensagens, Gifs (e até nudes). Todo mundo sabe que um Smartphone funciona como um rastreador - até por isso ele é tão bom em nos fornecer direções e mapas. O problema é que, na prática, é impossível saber se os aparelhos estão enviando informações sobre você sem a sua autorização.
Quem está trabalhando para mudar isso não é ninguém menos que Edward Snowden, o cara que denunciou a NASA por... espionagem eletrônica. Ele e o hacker Andrew "bunnie" Huang estão construindo uma capinha de celular que garante a sua privacidade - e ainda te dá horas extras de bateria.
Desde que saiu dos EUA por causa das suas acusações contra a agência americana de segurança, a preocupação de Snowden com privacidade beira a paranoia - em uma coletiva de imprensa, pediu que jornalistas colocassem seus celulares em uma geladeira. Ele mesmo não tem um Smartphone para evitar ter sua localização na Rússia descoberta.
Carregar um frigobar com você não é nem um pouco prático, então o americano resolveu desenvolver uma solução mais tecnológica, que pudesse proteger o usuário sem prejudicar seu uso normal do celular.
A capinha anti-espionagem é bem discreta - ela tem a aparência de uma bateria externa e, por enquanto, o plano é que funcione como uma também. Mas sua função principal é acompanhar os sinais de rádio emitidos pelas antenas de smartphones. Se sinais erráticos, que não tem ligação com a atividade do aparelho, começam a ser enviados, a ferramente avisa imediatamente o usuário.
O dispositivo foi pensado especialmente para jornalistas que trabalham em áreas perigosas. Uma das inspirações para a invenção foi o caso da repórter americana Marie Colvin. Ela morreu na Síria em 2012 e sua família processou o governo sírio por interceptar sinais do seu celular para rastrear sua posição.
Colocar o celular em modo avião não é suficiente para garantir que o tráfico de dados pare - hackers já demonstraram que conseguem invadir um aparelho mesmo com essa função ligada. Além disso, um celular hackeado pode parecer desligado e continuar ativo. "Confiar em um telefone que pode ter sido hackeado só por estar em modo avião é como confiar que um cara bêbado que diz que consegue dirigir", afirmam Snowden e Huang, no documento que detalha o funcionamento do dispositivo.
É aí que entra a ação da capinha. Para os fãs de detalhes técnicos, ela funciona como um mini-osciloscópio, instrumento que analisa variações eletromagnéticas. Ela consegue dar o alarme quando um telefone está transmitindo informações, mesmo que os gráficos do celular indiquem que ele está inativo.
Saber se você está sendo rastreado já é um grande avanço, mas Snowden e Huang querem acrescentar um botão de desligamento total, que desconecte automaticamente todas as fontes de energia do aparelho em caso de espionagem.
A capa se conecta ao celular através do buraco do cartão SIM - e o chip em si passa a ficar dentro da capinha. O foco dos inventores é monitorar os sinais de Wi-Fi, 3G e GPS. O microfone e a câmera, por enquanto, continuariam vulneráveis a hackers - mas a solução para isso pode ser colar pedaços de fita adesiva sobre eles, como faz Mark Zuckerberg.
Os jornalistas não são os únicos que Snowden e Huang querem proteger. Para eles, quanto mais pessoas estiverem dispostas a detectar espionagem de celulares, melhor. A ideia é que fique cada vez mais arriscado para governos vigiarem secretamente as pessoas - porque o perigo de serem pegos no flagra passa a ser bem maior.
Os inventores divulgaram um artigo detalhado da técnica para construir a capinha. A ideia é que o projeto seja open source e qualquer pessoa com experiência técnica - e que sabia soldar metais - consiga montar a estrutura em dois dias. O próximo passo da dupla é construir protótipos na China, baseados no iPhone 6, para que eles possam ser repassados a repórteres em risco - ou a qualquer um que esteja disposto a pagar um pouco mais para garantir que sua privacidade está segura.

PCs precisarão de mais energia do que o mundo pode gerar.

PCs precisarão de mais energia do que o mundo pode gerar

Desde a criação do computador pessoal no início dos anos 80, as empresas estão desenvolvendo chips cada vez menores, ainda mais potentes e, de quebra, mais baratos. Até agora, essa cadeia se mostrou produtiva. No entanto, para que ela continue a funcionar será preciso de algo que, em 2040, poderá estar em falta: eletricidade.
Segundo um relatório da Associação da Indústria de Semicondutores (SIA), em pouco menos de 25 anos, os chips dos PCs irão precisar de mais energia elétrica do que a produção global pode gerar.
Isso significa que a capacidade da indústria de manter o ritmo da Lei de Moore pode estar à beira do colapso. Formulada por Gordon Moore, co-fundador da Intel, em 1965, a lei indica que o número de transistores que podem ser instalados em um chip dobra a cada 18 meses, sem que seja preciso gastar mais.
No entanto, o que as empresas esqueceram é que uma grande quantidade de transistores significa mais interconexões e que, para mover os dados entre essas interconexões, mais da metade da energia de um processador é utilizada, aponta o estudo.
Por isso, segundo os cientistas, "as abordagens convencionais estão chegando a limites físicos". Além disso, eles afirmam que essa tendência de diminuir o tamanho dos transistores não será financeiramente viável daqui cinco anos, em 2021.
Assim, para os pesquisadores, as fabricantes de chips terão que recorrer à criação de transistores em 3D se querem aumentar a performance dos computadores e manter seus preços baixos.
Contudo, essa solução apresenta um outro desafio: a dissipação adequada do calor que se acumula nos circuitos. Esse problema de gestão térmica tem como efeito uma maior densidade de potência e, consequentemente, um maior uso de eletricidade.
Mesmo que projetos alternativos não encontrem uma maneira de superar essas novas barreiras, isso não significa que a fabricação de computadores irá parar no tempo. Na realidade, a inovação vai continuar, mas será mais sutil.
"Não estamos dizendo que é o fim da Lei de Moore. O que precisamos fazer é recuar e ver o que realmente importa aqui: a computação", afirmam os cientistas no relatório.

Robô churrasqueiro é criado na Alemanha.

A invenção prepara BratWursts, tradicionais salsichas alemãs.

Pode avisar aquele seu amigo chato que vive se gabando por ter ficado na churrasqueira: os dias de estrela dele estão acabando. Um grupo de cientistas do centro de pesquisas tecnológicas alemão FZI acabou de inventar um substituto para ele. É o BratWurst Bot, o robô churrasqueiro.


Robô churrasqueiro


O nome é bem explicativo: Bot vem de robô mesmo e BratWurst é o nome da tradicional salsicha alemã que a invenção cozinha (sim, você ainda vai ter que lidar com a picanha sozinho). O chefe mecânico consegue colocar as proteínas na grelha, e girá-las a fim de deixar a comida assada por igual em todos os lados. Dá certo? Mais ou menos, as bratwursts não ficou muito bonitas no fim das contas, mas, de acordo com os criadores, todo mundo come. Você pode conferir um pouco do funcionamento da ferramenta, e como ficam as salsichas, no vídeo abaixo.



Para se tornar um churrasqueiro, o robô utiliza duas câmeras. Uma para observar o local onde ficam as salsichas de fora da grelha, e outra para analisar as que estão sendo assadas, calculando a hora certa para virá-las. De acordo com os pesquisadores, um dos maiores desafios foi conseguir que o robô entendesse que as bratwursts mudam de cor, nas primeiras versões, ele não conseguia mais reconhecê-las quando começavam a assar e ganhar uma corzinha mais dourada. Também foi difícil o fato de que, quando colocadas na chapa, as salsichas rolavam. O resultado só apareceu depois que os pesquisadores conseguiram criar um código que dava a mobilidade necessária para o robô se movimentar livre e rapidamente pela chapa.

O robozinho também é simpático. Com seu bigodudo rosto sendo exibido em um tablet, o robô também falava algumas frases. Entre um trocadilho culinário local e outro, BratWurst Bot soltava um "bom apetite" para entreter seus clientes - consumidores esses que não podem reclamar de imprevistos: você faz um pedido pelo tablet, e logo recebe uma senha e quanto tempo vai demorar para sua salsicha ficar pronta. Robô alemão; precisão suíça.
O robô foi apresentado na 53ª edição da Stallwächter Party, um evento organizado pelo governo alemão para convidados especiais. Lá, a invenção preparou 200 salsichas para os visitantes. A festa já está fazendo tradição com os robôs. Ano passado, a mesma FZI levou HoLLiE, uma barwoman mecânica que preparava drinks para o público. Se juntarmos ela com BratWurst, já dá para fazer uma festa.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

A volta do fantasma nuclear.

As potências nucleares nunca entraram em guerra uma contra a outra por medo de retaliação. Esse equilíbrio, porém, está com os dias contados.

A ideia de banalizar as armas nucleares fora rechaçada por Reagan e Gorbachev. Agora
ela está de volta. Para valer.


"Com o sucesso de nossa histórica bomba de hidrogênio, entramos no grupo dos Estados nucleares avançados", anunciava a TV estatal da Coreia do Norte, após um terremoto atípico provocado pela explosão. No mesmo 6 de janeiro, o Conselho de Segurança da ONU se reunia. E, no dia 26, batiam os três minutos para a meia-noite no Relógio do Juízo Final - índice de risco de catástrofe publicado no Bulletin of the Atomic Scientists, lançado em 1945 pelos criadores da primeira bomba nuclear. A única vez em que o mundo esteve mais próximo de seu fim foi em 1953, quando a URSS testou sua bomba H, e o Relógio do Juízo Final bateu em dois para a meia-noite, momento que, pela lógica do Bulletin, marcaria o início de uma catástrofe nuclear.
A Coreia do Norte faz seus barulhos, mas trata-se apenas de mais uma entre várias ameaças nucleares apontadas pelo Bulletin - e nem é a maior. Os EUA iniciaram um projeto ainda mais preocupante: a repaginação de todo o seu arsenal nuclear. Nas próximas três décadas, o país deve torrar um montante estimado em até um trilhão de dólares com novos bombardeiros invisíveis, submarinos, mísseis de cruzeiro, bombas táticas guiadas, laboratórios e fábricas, além da renovação das próprias ogivas. O risco desse programa não é apenas uma ressurreição da corrida tecnológica entre as potências nucleares. A verdade é que ele pode mudar completamente a forma como as potências avaliam o risco de serem atacadas - e também a oportunidade de atacarem.
A intenção, a princípio, parece racional. A ideia seria criar bombas nucleares "humanitárias". Em vez de produzir explosões mais potentes, elas teriam precisão cirúrgica, com potência ajustável, de modo a causar o grau de destruição necessário a cada missão. E, assim, destruiriam apenas o alvo desejado e reduziriam "efeitos colaterais". "Minimizar mortes de civis", diz o ex-subsecretário de Defesa americano, James Miller, "é uma abordagem mais ética".
Muitos discordam. O perigo desse pensamento aparentemente humanitário está em encontrar usos triviais para uma arma nada convencional. Uma arma extremamente precisa e de potência ajustável é uma tentação para comandantes militares. Afinal, ela oferece o efeito desejado de um ataque nuclear (como aniquilar imediatamente instalações militares) sem produzir os "efeitos colaterais" de uma segunda Hiroshima.
Não foi por bondade que as potências nucleares jamais se atacaram. Essa relativa paz está na ideia de "destruição mútua assegurada" - mais conhecida pela arguta sigla inglesa MAD. Se uma potência atacar outra com uma bomba nuclear, mesmo que de poder reduzido, essa outra retaliará com mais força. Isso provocaria uma espiral de agressão com armas de destruição em massa que acabaria por dizimar ambos os lados. Ironicamente, as bombas nucleares tornaram-se armas para jamais serem usadas. Um "seguro" contra agressões que usa como garantia a própria sobrevivência. Pode não ser a forma mais bonita de evitar confrontos entre cachorros grandes. Mas é a que tem funcionado há 70 anos, desde o fim da 2ª Guerra Mundial.
Agora, porém, podemos estar próximos de perder esse seguro. Porque, claro: as bombas "humanitárias" voltam a tornar o impensável pensável. Elas simplesmente baixam o limiar para uma hecatombe.
O primeiro teste com uma delas aconteceu recentemente no deserto de Nevada. Era o novo modelo da B61, uma bomba nuclear feita para ser lançada de aviões. Com barbatanas móveis, computador interno e ajuste de potência destrutiva. Quando ajustada ao mínimo, tem apenas 2% da potência da bomba de Hiroshima - o que pode tornar seu uso tentador, dependendo de quem estiver no comando de uma operação.
A arma mais desestabilizadora do programa, porém, é outra: o míssil nuclear de cruzeiro. Lançado por ar, terra ou mar, ele funciona como um drone a jato, capaz de levar um explosivo até um alvo distante, voando baixo para despistar satélites e radares.
Só tem um problema. Numa estratégia de dissuasão nuclear, é necessário que os lados num potencial conflito estimem as ações e as intenções do adversário. Hoje, os cálculos são possíveis, porque o mero lançamento de míssil intercontinental, facilmente detectável, já causaria retaliação nuclear do outro lado. Logo, ninguém lança.
Com os mísseis nucleares de cruzeiro, não tem dessa. Eles acabam com qualquer previsibilidade, já que podem ser confundidos com mísseis convencionais. Se um país lançar um míssil de cruzeiro contra um rival, este não terá como saber se ele contém explosivos convencionais ou uma ogiva nuclear. Se reagir conforme o pior cenário, iniciará uma guerra nuclear. A bomba deixa de ser um "seguro" e volta a se tornar uma arma de fato, com todo o potencial apocalíptico contido ali. E essa tese não é nossa. Reagan, Gorbachev e Bush Pai já haviam deixado de lado a ideia de usar mísseis de cruzeiro com ogivas nucleares, por considerarem algo desestabilizador.
Obama, teoricamente o mais pacífico desse clube, deixou claro que não pensa dessa forma: os EUA pretendem produzir mais de mil peças para serem armadas com ogiva nuclear.
Parece irônico hoje que Obama tenha recebido o Nobel da Paz no seu primeiro ano como presidente. De fato, ele e seu então colega Medvedev assinaram, em 2010, um tratado de cortar seus arsenais nucleares para "apenas" 1.550 ogivas de cada lado. Ainda é muito, mas, para você ter uma ideia, só a URSS chegou a ter 45 mil ogivas em 1986. Só que objetivos assim dependem de um ambiente político favorável, e, hoje, as relações entre Washington e Moscou estão é próximas de uma nova Guerra Fria. Pior. Existe a possibilidade real de que o sucessor de Obama seja Donald Trump, um bufão cujo discurso remete a uma certa literatura alemã da década de 1920.
Some o novo arsenal dos EUA ao plano do Republicano de fazer com que seu país "volte a ser respeitado" à base de tiro, porrada e bomba, e temos uma mistura explosiva, capaz de fazer este mundo instável descambar numa 3ª Guerra Mundial. Terceira e, provavelmente, última.
Fantasma nuclear

Moradores de Nova York agora podem vender energia para os vizinhos.

Rede elétrica inteligente no Brooklyn cria um mercado de energia virtual que funciona igualzinho às transações de bitcoin.

Venda de energia solar para vizinhos

Painéis solares, além de gerar energia sustentável, têm a vantagem de dar mais autonomia para o dono, que não precisa mais depender da rede de distribuição elétrica para abastecer sua casa. Mas, em um belo dia ensolarado, os painéis podem gerar mais energia do que a casa precisa. Em Nova York, uma startup está aproveitando essa sobra para criar o bitcoin da energia.
A experiência está acontecendo no bairro do Brooklyn. O projeto TransActive Grid permite que cinco casas com painéis solares comercializem seu excedente de energia para outros cinco vizinhos de forma totalmente autônoma, sem ter que passar por nenhuma empresa intermediária.
Tudo começa na rede de energia. Normalmente, as casas abastecidas por painéis solares estão conectadas à empresa local de energia. Quando sobra eletricidade, esse excedente volta para rede e o dono da casa ganha um desconto na conta de luz. O que o TransActive Grid faz é instalar sensores que calculam exatamente quanta energia extra está sendo produzida e impede que ela volte para o sistema geral, ficando na minirrede que os vizinhos dividem.
Por meio de uma interface virtual o excedente em créditos de energia  podem ser comprados pelos vizinhos usando uma moeda virtual. As transações funcionam da mesma forma que o bitcoin - são baseadas em blockchain, um tipo de livro de registros virtual à prova de fraudes.
Cada cliente ou comerciante de energia tem sua própria cópia da base de dados das transações. Cada um com a sua cópia, os computadores monitoram uns aos outros, verificando e auditando automaticamente cada comercialização. Assim, o blockchain elimina a necessidade de ter uma instituição financeira responsável pela troca e a venda de energia é direta, barata e dinâmica.
O Brooklyn Microgrid tem potencial para crescer bastante - segundo o mapa do projeto, há mais de 20 casas com painéis solares no bairro. A prefeitura de Nova York apoia o projeto, porque um dos objetivos é que as casas se tornem menos dependentes da rede central e tenham alternativas em casos de apagão.
A iniciativa segue a mesma tendência de tecnologias como o Uber e o Airbnb: juntar quem quer um produto e quem quer vendê-lo, sem intermediários. Em breve, é possível que você esteja comprando energia sustentável do seu vizinho com mais facilidade do que para pedir uma xícara de farinha.

Abelha robô pode ajudar a salvar o planeta.

Com apenas 3 cm, bichinho voador poderá polinizar as plantações - se conseguir vencer um grande desafio.

robo abelha

Você já deve ter ouvido falar que as abelhas estão desaparecendo. Como elas são agentes polinizadores fundamentais para a manutenção de todo o ecossistema do planeta, esse sumiço é, no mínimo, preocupante. Mas agora, cientistas da Universidade Harvard parecem ter a solução: usar robozinhos inspirados nos insetos para dar uma mãozinha na polinização - os RoboBees (algo como RobôAbelha). A criação, ainda um protótipo, também promete reinventar o que conhecemos como drones.  
O nome RoboBee não é só um apelido fofo: a pequena máquina realmente copia as características das abelhas. Suas asas, por exemplo, batem separadamente, permitindo que o voo seja manobrado, e seu tamanho e peso são praticamente os mesmos dos insetos - 3 cm de comprimento e 80 mg. Além disso, o robô intercala voos curtos com pousos para descansar, exatamente como as abelhas fazem na natureza.
Esse plano de voo em robôs ajuda a resolver o problema do gasto de energia, que é enorme para manter uma máquina no ar. Em vez de flutuar o tempo todo, o RoboBee só precisa voar até chegar perto o suficiente de uma superfície onde ele possa pousar. Ele, então, usa eletricidade estática - a mesma coisa que acontece quando você esfrega uma bexiga para grudá-la na parede - para se fixar sobre quase qualquer lugar: paredes, plantas, vidro, madeira e por aí vai.
robo abelha
Nos testes, eram os cientistas que carregavam o robô com a energia estática, mas o próximo passo é encontrar uma forma de ele conseguir se recarregar sozinho. Por enquanto, os pesquisadores só estão interessados em reduzir ao máximo os gastos de energia - e conseguiram: o robozinho só precisou de uma recarga para se manter preso em uma folha sem cair.
O projeto já existe desde 2013, mas só agora os cientistas tiveram a ideia de usar a energia estática para copiar as pausas entre voos das abelhas. Se o protótipo for para a frente, o inseto robótico poderia ter vários outros usos além da polinização: espionagem, segurança, coleta de dados científicos e até a busca por pessoas desaparecidas - ou qualquer outra coisa que seja inalcançável para seres humanos ou mesmo para drones.

Pulseira dá choque em quem gasta muito dinheiro.

Pulseira dá choque em quem gasta muito dinheiro
Pulseira que dá choque está conectada à conta bancária, por meio de uma plataforma                                                         criada por empresa britânica.

Se está difícil controlar sozinho o impulso de comprar, agora você pode levar um choque de uma pulseira que o lembrará que está gastando dinheiro demais. A invenção é da empresa de tecnologia britânica Intelligent Environments, que lançou ontem a primeira plataforma bancária ligada a objetos conectados no mundo.
O "banco da internet das coisas", como é chamado na Inglaterra, detecta automaticamente gastos excessivos e, em seguida, dá um choque elétrico no usuário através de uma pulseira. Na verdade, a plataforma não é um banco, mas um canal conectado à uma conta bancária ou a um cartão de crédito, que transmite as informações para a pulseira.
O usuário define um limite mínimo de saldo bancário e, quando a conta estiver perto desse valor, recebe uma mensagem no celular. Se mesmo assim não respeitar o limite, ele recebe um choque de 225 volts no pulso para que não tente comprar algo. A ideia é que, com o tempo, os choques treinem o cérebro para controlar melhor os gastos.
A pulseira é um dos objetos que podem ser conectados à plataforma, mas outros ainda devem ser lançados futuramente, como sinalizadores que usam luzes.
E quando a pulseira chegará ao Brasil? Ainda não há previsão. Até mesmo entre os bancos e operadoras de cartões da Inglaterra o dispositivo é uma novidade e está sendo avaliado com certo cuidado.