quarta-feira, 10 de julho de 2013

Desmatamento dispara na Amazônia em maio.



O Ministério do Meio Ambiente deve anunciar daqui a pouco que o desmatamento voltou a avançar fortemente na Amazônia no mês de maio. O site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que traz os dados do sistema Deter mostra que a perda da floresta foi de 464,96 km² no mês, contra 98,85 km² em maio do ano passado, um aumento de quase cinco vezes.
No acumulado desde agosto do ano passado, mês em que se inicia o calendário de cálculo anual de desmatamento, foram perdidos 2337,79 km², contra 1729,89 km² no período de agosto de 2011 a maio de 2012. O levantamento mensal do Deter funciona como um sistema de alerta para a fiscalização e capta somente desmatamentos superiores a 25 hectares
É um revés em um movimento que vem ocorrendo nos últimos anos de queda contínua da taxa de desmatamento – a principal política ambiental do governo federal. Os dados fechados do ano anterior, por exemplo, mostraram que o desmatamento de agosto de 2011 a julho de 2012 foi o menor da história do monitoramento – caiu 29% em relação ao período anterior, chegando a 4.571 km².
Tradicionalmente, é nos meses de seca, normalmente a partir de abril, que a motosserra canta mais alto. Mas nos últimos tempos os desmatadores têm mudado a tática e derrubado a mata mesmo no período de chuva. Apesar de mais complicado logisticamente, eles têm a vantagem de ficar “protegidos” pelas nuvens, que dificultam a visualização do monitoramento por satélite que faz os alertas, e pelas chuvas, que atrasam a chegada de Ibama e polícia ambiental.
Portanto, os dados agora de maio podem ser um pouco mais inflados porque estão deixando à mostra o que aconteceu na região na época da chuva. Mas refletem um alerta que ambientalistas vêm fazendo há algum tempo: de que, apesar dos ganhos obtidos nos últimos anos, o desmatamento não está contido.
Em meados do mês passado, o instituto de pesquisa Imazon, sediado em Belém, e que faz um monitoramento paralelo da perda florestal na Amazônia, também tinha mostrado essa tendência. Na ocasião, Adalberto Veríssimo, pesquisador sênior da ONG, comentou que o maior gargalo no momento é o chamado desmatamento especulativo, principalmente nas regiões do oeste do Pará e sudeste do Amazonas.
“É gente que derruba com a expectativa de que uma hora vai conseguir regularizar a terra e vendê-la”, diz. “Praticamente, não se vê mais o desmate de quem está na cadeia produtiva e quer aumentar sua área para plantar ou pôr gado. Nesses casos, os mecanismos de comando e controle do governo têm funcionado. Mas o governo vai ter de mudar a estratégia, talvez deixar claro que essas áreas desmatadas para especulação não vão nunca ser regularizadas. Aí cria um prejuízo e pode ser que a prática estanque”, disse ele no mês passado.
Ele alertou também que se esse ritmo se mantiver nos meses de junho e julho, tradicionalmente os de maior avanço do corte raso, por ser período de seca, o desmatamento total pode passar de 6 mil km². Segundo ele, esses dois meses costumam representar 30% do total.

Peixe recém-descoberto está ameaçado em Botucatu. Catalogada pela primeira vez há dois anos, nova espécie de cascudo corre risco de extinção pela presença humana em seu habitat.

SOROCABA - Uma nova espécie de cascudo descoberta em Botucatu, interior de São Paulo, está ameaçada de extinção por causa do turismo. O local de ocorrência do peixe, o córrego Águas de Madalena, afluente do rio Pardo, é muito frequentado por moradores da região por causa de suas cachoeiras. O cascudo foi catalogado pela primeira vez há dois anos pelo pesquisador Fábio Roxo, do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista, campus de Botucatu. Em homenagem à cidade, a espécie foi batizada de 'Neoplecostomus botucatu'.
O rio Pardo, que recebe as águas do córrego, é tributário da Bacia do Paranapanema. Em Botucatu, esses rios são muito procurados para lazer, pela ocorrência de belas cachoeiras, como a cascata Véu da Noiva. O próprio autor da descoberta alertou para o risco de desaparecimento do cascudo. "Como esse córrego é um local de recreação da população da cidade, o peixe está sujeito à poluição e à destruição de seu habitat pela interferência humana." Esse cascudo habita cursos d'água de correnteza forte, ficando embaixo de pedras soltas ou lajes de pedra em cachoeira. Seu tamanho varia de 7,8 a 10 centímetros.
Roxo descobriu também uma nova espécie de cascudo - a Hisonotus bocaiúva - há três anos em rios tributários da Bacia do São Francisco, em Bocaiúva (MG). A principal característica desse peixe é o seu tamanho diminuto - apenas dois centímetros de comprimento.
                                               Turismo em cachoeiras é a maior ameaça á espécie

Fóssil de jabuti de 8 milhões de anos é apresentado por universidade do Acre.

As comemorações dos 30 anos de atividades do Laboratório de Pesquisas Paleontológicas (LPP) da Universidade Federal do Acre (Ufac) começaram nessa terça-feira, 16, com a apresentação da sua nova estrela da coleção fóssil: um jabuti gigante, medindo aproximadamente 1,65 metro de comprimento, 90 centímetros de largura de carapaça e um metro de altura. O gigantesco animal, pertencente ao gênero Chelonoidis, viveu durante o período chamado "Mioceno Superior", há cerca de oito milhões de anos. Seus fragmentos fósseis foram coletados em 1995, no Alto Rio Acre, em área do município de Assis Brasil, e montados nos últimos anos, com auxílio de elementos artificiais que representam as patas e a cabeça do jabuti.


"Possivelmente, esses jabutis gigantes, cujo hábitat foi a América do Sul, tenham sido os ancestrais diretos dos animais da mesma espécie, também de grandes dimensões, mas não tanto, que hoje podem ser encontrados apenas nas Ilhas Galápagos", explicou o professor Edson Guilherme, doutor em Zoologia pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e membro da equipe do LPP.
"Possivelmente, esses jabutis gigantes, cujo hábitat foi a América do Sul, tenham sido os ancestrais diretos dos animais da mesma espécie, também de grandes dimensões, mas não tanto, que hoje podem ser encontrados apenas nas Ilhas Galápagos", explicou o professor Edson Guilherme, doutor em Zoologia pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e membro da equipe do LPP.
Para Guilherme, "esta descoberta é muito importante, porque nos ajuda a entender como era a vida na região amazônica no passado e mostra, de certa forma, que foram da América do Sul que saíram os primeiros jabutis gigantes que colonizaram as ilhas remotas do Oceano Pacífico". http://www.estadao.com.br/noticias/geral,fossil-de-jabuti-de-8-milhoes-de-anos-e-apresentado-por-universidade-do-acre,1021747,0.htm

Usar celular ou tablet à noite pode prejudicar o sono. Análise de especialista de Harvard alerta que luz emitida por esses dispositivos é especialmente danosa à indução natural da sonolência.




Más notícias para os fãs de Angry Birds, Candy Crush Saga, viciados em Facebook e outras formas de entretenimento digital. Passar muito tempo olhando para a tela de seu smartphone ou tablet durante a noite pode prejudicar o sono e, consequentemente, a sua saúde. O alerta é do especialista Charles Czeisler, da Faculdade de Medicina de Harvard, em um artigo publicado na edição de hoje da revista inglesa Nature.
O tipo de luz emitida por esses dispositivos, segundo Czeisler, é especialmente prejudicial à indução natural do sono, associada aos chamados ciclos circadianos. E em um mundo em que as pessoas já dormem tradicionalmente pouco - e mal -, isso pode ser um problema sério para a saúde. Várias pesquisas publicadas nos últimos anos revelam uma forte ligação entre privação de sono e a ocorrência de doenças como obesidade, diabete, problemas cardiovasculares, enfraquecimento do sistema imunológico e até câncer.
"O sono é essencial para a nossa saúde física e mental. Por isso, é vital que aprendamos mais sobre o impacto do consumo de luz e outras formas pelas quais nosso 'modo de vida 24 horas' afeta o sono, os ritmos circadianos e a saúde", afirma Czeisler.
O "relógio biológico" do organismo é naturalmente controlado pela exposição à luz. Quando a única fonte de luz era o Sol, esse controle era simples: ou era dia ou era noite. Desde que a luz elétrica foi inventada, porém, criou-se uma área cinzenta - ou de penumbra - cada vez maior entre esses dois períodos, que desregula toda a fisiologia do organismo associada aos estados de alerta e sono.
"A exposição à luminosidade no período da noite interfere na liberação de melatonina, que é o hormônio que faz a gente ter vontade de dormir", diz a neurologista Anna Karla Smith, do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Segundo ela, há sensores na retina dos olhos que, quando expostos à luz, bloqueiam a liberação do hormônio.
"O resultado é que muita gente continua checando e-mails, fazendo lição de casa ou vendo TV até tarde sem nem se dar conta de que já está no meio da noite", diz Czeisler na Nature.
O fator complicador dos tablets, smartphones, laptops e outros gadgets luminosos, segundo ele, é que a luz do tipo LED usada para iluminar suas telas é rica em radiação azul (de menor comprimento de onda), que interfere muito mais nos ciclos circadianos do que a radiação vermelha ou laranja (de maior comprimento de onda), que prevalece nas lâmpadas incandescentes e na luz natural do entardecer - que inicia a liberação de melatonina.
O período mínimo de sono recomendado pelos médicos é de sete a nove horas por dia. Nos Estados Unidos, porém, cerca de 30% das pessoas empregadas dormem menos do que seis horas, segundo dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, citados pela Nature.
Na cidade de São Paulo, a população dorme em média seis horas e meia por dia, segundo pesquisa realizada em 2007 pelo Instituto do Sono da Unifesp (a mais recente disponível). Quase 80% dos paulistanos sofrem de algum distúrbio do sono e mais de 45% têm dificuldade para dormir.
Diferença. Para a publicitária Nicole Bichueti, de 31 anos, a impressão é de que o tablet causa mais insônia do que o smartphones. "Em casa, uso para ler textos extensos, mas evito fazer isso antes de dormir, pois me tira o sono", afirma. "Já com o celular, no qual acesso as redes sociais, costumo ficar até antes de dormir e sinto pouca diferença."
Ela afirma, porém, que quando precisa de boas horas de sono deixa o celular de lado. "Se estou cansada e preciso realmente dormir, nem olho o telefone para não cair em tentação."