quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Clínicas de reimplante capilar atraem turistas para a Turquia

Indústria da medicina estética local realiza 5.000 procedimentos por mês.
Baixo preço faz agências de viagem criarem pacotes com passeio e cirurgia.


Paciente de reimplante capilar tem couro cabeludo mapeado antes de cirurgia (Foto: Estetistanbul/divulgação)
Paciente de implante capilar tem couro cabeludo mapeado antes de cirurgia (Foto: Estetistanbul/cortesia)
Um novo tipo de turismo tem crescido na Turquia: o de homens que chegam ao país não só para conhecer a história e as paisagens do país, mas para fazer tratamento de reimplante capilar.
Médicos trabalhando com cirurgia estética turca acabaram criando uma indústria especializada no serviço, que tem atraído pacientes de países do Oriente Médio, Estados Unidos e Europa. Clínicas estimam que mais de 5.000 pacientes estejam sendo submetidos ao procedimento no país todos os meses.
Como o custo da mão-de-obra e de infraestrutura é menor no país, um procedimento de extração de unidade folicular (FUE, na sigla em inglês) pode custar na Turquia um décimo daquilo que se paga em grandes centros urbanos do ocidente. Esse tipo de cirurgia envolve a extração de folículos capilares saudáveis da nuca ou de outras partes do corpo para implante na parte superior da cabeça, mais afetada pela calvície.
Enquanto um tratamento nos EUA e na Europa custa tipicamente mais de US$ 15 mil, agências especializadas em "turismo médico" têm oferecido pacotes de viagem por menos de US$ 2.000 que incluem o procedimento médico, passagem e hotel.
Segundo um relatório do Ministério da Saúde da Turquia, clínicas especializadas em FUE têm movimentado mais de US$ 1 bilhão por ano desde 2012. A indústria da medicina estética está gerando renda também para o turismo; é comum ver homens com bandagens na cabeça visitando a Mesquita Azul de Istambul e outros pontos turísticos da Turquia.
Fonte:G1 GLOBO

Nasa faz imagens inéditas do Sol em alta definição

Agência monitora estrela 24 horas por dia desde 2010.


Imagens do Sol foram feitas pelo Observatório da Dinâmica Solar da Nasa (Foto: Nasa/Divulgação)
Imagens do Sol foram feitas pelo Observatório da Dinâmica Solar da Nasa (Foto: Nasa/Divulgação)A Nasa divulgou imagens em alta definição do Sol. Elas foram captadas pelo Observatório da Dinâmica Solar da Nasa, que monitora a estrela 24 horas por dia desde 2010.
Ele captura imagens da estrela em 10 comprimentos de onda para pesquisar as temperaturas dos diferentes materiais que compõe o Sol.
Cada temperatura mostra estruturas específicas, como explosões de luz e de raios-x e movimentos na coroa solar.
Estudar a estrela mais próxima da Terra é também uma forma de entender outras regiões da galáxia. As imagens podem ser vistas em formato 4k pelo site da Nasa.
Nasa disponibilizou imagens em altíssima resolução em seu site  (Foto: Nasa/Divulgação)Nasa disponibilizou imagens em altíssima resolução em seu site (Foto: Nasa/Divulgação)
Imagens do Sol mostram detalhes de explosões solares (Foto: Nasa/Divulgação)Imagens do Sol mostram detalhes de explosões solares (Foto: Nasa/Divulgação)
Fonte:G1 GLOBO

“Estruturas alienígenas” ou uma instituição à procura de financiamento?

O que os meios de comunicação social divulgaram sobre as supostas "estruturas alienígenas" detetadas pelo telescópio Kepler e o que foi publicado no artigo científico pouco têm a ver. Porque será?
Kepler Mission/NASA
Pode dizer-se que a possibilidade de haver uma “estrutura alienígena” na proximidade da estrela KIC 8462852 se tornou viral a partir do meio de outubro, mas o artigo científico que deu origem a estas notícias nada diz sobre estas supostas estruturas, disse ao Observador Sérgio Sousa, investigador Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, no polo da Universidade do Porto. “Quem lê o artigo com cuidado poderá verificar que em lado nenhum se refere a hipótese de ‘estrutura alienígena’.”
Não é a primeira vez que acontece, nem vai ser a última, infelizmente”, lamentou Sérgio Sousa criticando a forma como esta notícia foi passada aos media. “E olhando para o passado recente, vê-se um aumento desta má comunicação, especialmente por parte de equipas científicas do Estados Unidos. Obviamente que o assunto de extraterrestres, ainda que fictício, atrai a atenção do público, o que é usado claramente para chamar a atenção.”
Tabetha Boyajian, primeira autora do estudo e investigadora na Universidade de Yale (Estados Unidos), confirmou ao The Altantic que o artigo científico só mostrava os cenários de origem “natural” que podiam justificar as estranhas observações. A coordenadora do grupo de cidadãos-cientistas que ajudou a analisar a enorme quantidade de dados disse, no entanto, que estava a considerar outros cenários. Tabetha Boyajian está neste momento a trabalhar com Jason Wright, astrónomo na Universidade Estatal da Pensilvânia, e Andrew Siemion, diretor do Centro de Investigação SETI, na Universidade da Califórnia, e preparam-se para publicar um novo artigo que explora a hipótese de o fenómeno ser causado por vida extraterrestre.
E é contra o centro SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence), que se dedica a procurar sinais de vida no espaço pela presença da tecnologia que tenham desenvolvido, que Sérgio Sousa dirigiu as principais críticas. “Acho que esta visibilidade pode ser benéfica a curto prazo para estas equipas científicas e em especial para uma entidade como o SETI que se apoia neste tipo de noticias para ir sendo financiado”, disse. “A longo prazo, contudo, penso que a descredibilização pelo público possa levar a menos financiamento para a ciência em geral.”
A equipa do SETI não parece, no entanto, desistir da ideia de comprovar que os dados intrigantes registados pelo telescópio espacial Kepler pertencem a uma “sociedade tecnologicamente sofisticada” que criou um conjunto de painéis solares para orbitar a estrela e tem os Telescópios Allen a trabalhar para o demonstrar. Estes radiotelescópios conseguem detetar frequências entre um e 10 gigahertz. “É como estar à procura de TV cabo cósmica, mas em vez de estar à procura de inteligência em 400 ou 500 canais, estamos a fazê-lo em milhares de milhões de canais”, disse ao Business Insider Doug Vakoch, astrónomo no SETI.
Com base nos antecedentes históricos, o mais provável é que a perda de brilho de KIC 8462852 seja devido a causas naturais, mas na busca por inteligência extraterrestre qualquer pista sugestiva deve ser, evidentemente, mais investigada. E é isso que o SETI está a fazer neste momento”, lê-se no site do instituto.
Sérgio Sousa não negou que “a descoberta deste fenómeno na estrela KIC 8462852 é de facto bastante intrigante”, mas optou por “usar a razão e o conhecimento existente para encontrar razões que possam explicar e avaliar os dados recolhidos pelo Kepler”.
Mas o que tem de tão especial a observação feita peloKepler?
Desde que o telescópio espacial encontrou esta estrela, em 2009, que a tem observado. O que este telescópio procura, nesta e nas outras cerca de 150 mil estrelas que observa, são pequenas variações no brilho. Quando estas variações acontecem periodicamente e com uma quebra de brilho mais ou menos constantes, podemos estar perante um objeto, como um planeta ou cometa, que orbita essa estrela.
O que a estrela KIC 8462852 tem de estranho é que o brilho pode diminuir até 22%, um fenómeno nunca observado em nenhuma estrela. As restantes estrelas observadas pelo Kepler podem ter uma quebra de brilho de um ou dois por cento. Para um planeta que passasse em frente à estrela provocar uma quebra de brilho tão grande era preciso que tivesse metade do diâmetro da estrela, referiuo Guardian. Repare que Júpiter, o maior planeta do sistema solar, tem apenas um décimo do tamanho do Sol. Mais, a estrela KIC 8462852 tem uma vez e meia o tamanho do nosso Sol. Haverá um planeta assim tão grande que a faça perder 20% do brilho? A resposta parece ser: não.
Para piorar a dificuldade em avaliar esta situação, o objeto que passa em frente à estrela não o faz com uma frequência definida, como costuma acontecer com as órbitas dos planetas. O “escurecimento” da estrela pode levar cinco dias ou até 80. Daí que outra explicação “natural” seja a passagem de uma nuvem de asteroides ou de fragmentos de um cometa que continuam a orbitar a estrela, mas que lhe provocam este padrão irregular de atenuação do brilho.
A hipótese mais credível parece estar relacionada com a desintegração de um cometa que orbitasse à volta desta estrela”, disse ao Observador Mário Lino da Silva, investigador no Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear do Instituto Superior Técnico de Lisboa. “Um estudo detalhado destas quedas de luminosidade ao longo do tempo permitirá resolver esta questão. Se for, de facto, a quebra de um cometa, estes padrões irão reproduzir-se à medida que os detritos passam à volta da estrela, até desaparecer gradualmente, à medida que estes se vaporizam ou regressam para os confins da órbita da estrela. Se esta anomalia não desaparecer, nesse caso será necessário revisitar o problema para encontrar outras explicações.”
Embora confirme a hipótese da desintegração do cometa, Mário Lino da Silva descartou a hipótese da nuvem de detritos, porque estes detritos ao aquecerem emitiriam radiação infravermelha adicional. E isso não está a acontecer. A ausência de radiação infravermelha anómala também exclui a possibilidade da hipótese mais “exótica”, explicou o investigador. “[Esta hipótese] implica a presença de estruturas artificiais de uma civilização de tipo 2 na escala de Kardashev – civilização com consumo de energia da ordem de grandeza da irradiada por uma estrela –, em que seriam construídas estruturas do tipo ‘esfera de Dyson‘ para absorver a energia do sol – tal qual um painel solar no espaço. Este tipo de estruturas aqueceria o suficiente para emitir radiação infravermelha.” Ora, como já se viu, isto não está a acontecer.
As nuvens de detritos ou a desintegração do cometa parecem ser, na opinião de Vítor Cardoso, que lidera o grupo que estuda gravidade no instituto Centra do Instituto Superior Técnico, a hipótese mais plausível. “Esta é, segundo os autores do artigo, a explicação mais convincente, mas tem um tudo-nada de especulação”, disse ao Observador. “Claro que, estando no campo da especulação, tudo é possível.” E isso justifica (ou não) que alguns investigadores se tenham lembrado que pode ser “possível que uma civilização avançada tenha construído uma ou mais naves gigantes que orbitem em torno da estrela (talvez para a usarem como combustível), e que sejam estas naves que estejam a eclipsar a estrela”. “Esta alternativa é pouco credível. Mas é tão sensacional que vale a pensa pensar sobre o assunto”, rematou Vítor Cardoso.
Fonte:Observador

EUA aprovam vírus que trata câncer de pele

Terapia, que utiliza vírus geneticamente modificado, recebe permissão da FDA e já pode ser comercializada

t-vex

A Food and Drug Administration, agência do governo americano que regulamenta a aprovação de medicamentos, autorizou a utilização do vírus T-VEC, desenvolvido pela empresa Amgen (que dá a ele o nome comercial de Imlygic), no tratamento de casos avançados de melanoma - um tipo de câncer de pele que afeta 74 mil pessoas, e mata 10 mil, a cada ano nos EUA. O uso de vírus no combate ao câncer é discutido há decadas, mas só agora chega ao mercado, na forma de uma terapia disponível comercialmente. 
O T-VEC é uma versão geneticamente modificada do vírus HSV-1, que causa herpes. Ao ser injetado nos tumores e se multiplicar dentro deles, libera uma proteína chama GM-CSF, que é fabricada naturalmente pelo organismo em algumas circunstâncias e causa a morte celular. Além dessa ação direta, acredita-se que o vírus estimule o sistema imunológico humano a atacar as células tumorais. 
O tratamento consiste em uma série de injeções, ao longo de seis meses, e irá custar US$ 65 mil. Segundo o fabricante, ele eliminou metade dos tumores durante os testes clínicos. Mas esse número não foi endossado pela FDA - que, ao anunciar a liberação do tratamento, informou que o vírus é eficaz em 16% dos casos de melanoma.

DNA humano é encontrado em salsichas vendidas nos EUA

Estudo avaliou 345 salsichas, de 75 marcas - e detectou algum tipo de irregularidade em 14,4%

Resultado de imagem para salsicha

A pesquisa foi realizada por uma startup chamada Clear Labs, que oferece serviços de análise de alimentos - e avaliou 345 salsichas de 75 marcas. Dessas, 14,4% foram consideradas "problemáticas", pois apresentavam problemas higiênicos ou continham algum tipo de elemento indevido, que não era listado na composição e não deveria fazer parte do produto. Na maior parte dos casos, esse elemento era proteína de outro animal (salsichas suínas que continham frango, por exemplo). Dezenove salsichas, ou 5,5% do total, apresentaram essa irregularidade. 
Das 21 salsichas vegetarianas testadas, duas continham traços de DNA animal - de porco em um dos casos, de frango no outro. Mas o mais perturbador é que seis salsichas, ou 2% do total, continham material genético humano. Ao contrário do que pode parecer à primeira vista, isso não significa que elas contenham carne humana. Os fragmentos de DNA provavelmente vieram de elementos contaminantes, como fios de cabelo ou fragmentos de pele (um ser humano solta em média 1 milhão de fragmentos de pele por dia), que de alguma forma entraram em contato com as salsichas durante o processo de fabricação.
Ou seja, trata-se de uma questão de (má) higiene, não de adulteração na composição do produto - como a revelada em 2013 na Inglaterra, quando se descobriu que determinada marca de lasanha continha de 60% a 100% de carne de cavalo.

Exoplaneta a 75 anos-luz da Terra tem chuva de ferro fundido.

PSO J318.5-22

Perto do que acontece no exoplaneta PSO J318.5-22, até mesmo as tempestades mais devastadoras que acontecem na Terra são “fichinha”. Isso porque, por lá, o clima é tão absurdo que ocorrerem intensas tempestades de areia e - pasmem - chuvas de ferro fundido.
O planeta localizado a 75 anos-luz do nosso tem dimensões equivalentes às de Júpiter (o maior planeta do nosso quintal espacial) e é chamado de “exoplaneta” por estar fora do Sistema Solar. A descoberta de suas condições meteorológicas é importante pois é uma das primeiras vezes que cientistas puderam determinar como é o clima de um planeta fora do nosso sistema.

PSO J318.5-22Criação artística mostra como seria a aparência do PSO J318.5-22 (Reprodução: MPIA/V Ch Quetz)

Os astrônomos utilizaram instrumentos com tecnologia infravermelha no New Technology Telescope, do European Southern Observarory (ESO), localizado no Chile, e descobriram que o brilho do planeta apresentava variações constantes. Essa variação poderia ser devido a nuvens de ferro fundido se movimentando na atmosfera do exoplaneta, e então a equipe começou a se dedicar para confirmar a suspeita. Após observações e estudos, os cientistas determinaram que a cor avermelhada do PSO J318.5-22 se dá devido a gotículas de ferro e silicato que se condensam nas nuvens de sua atmosfera, e análises sugerem que essas nuvens são extremamente espessas, se estendendo até o topo da camada atmosférica. 
Segundo a Dra. Beth Biller, líder do estudo realizado na escola de física e astronomia da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, “a descoberta mostra quão onipresentes são nuvens em planetas e objetos similares”. A doutora conta que a equipe está “trabalhando para estender a técnica [usada no PSO J318.5-22] para outros planetas gigantes ao redor de estrelas jovens” e também disse que esperam detectar as condições meteorológicas em exoplanetas similares à Terra que potencialmente poderiam abrigar a vida como conhecemos.

PSO J318.5-22Imagem da descoberta do exoplaneta, que flutua pelo espaço sem orbitar nenhuma estrela (Reprodução: Divulgação)

O PSO J318.5-22 foi descoberto há dois anos e estima-se que sua idade seja de 12 milhões de anos. Como ele não orbita nenhuma estrela, provavelmente foi “expulso” de seu sistema solar durante algum incidente cósmico pouco após sua formação. A descoberta de seu clima foi publicada no The Astrophysical Journal, uma das publicações mais relevantes do meio científico.


Fonte:Canal Tech

Americano tem verme retirado do cérebro após médico dizer que ele teria 30 min de vida

Homem chegou ao hospital alegando dor de cabeça muito forte e teve verme retirado em cirurgia de emergência
  • Homem chegou ao hospital alegando dor de cabeça muito forte e teve verme retirado em cirurgia de emergência
Um homem que vive na Califórnia, nos Estados Unidos, foi surpreendido com um prognóstico pouco animador quando procurou os médicos de um hospital em Napa por causa de uma dor de cabeça agoniante.

Em um escaneamento, o neurocirurgião que o atendeu, Soren Singel, detectou um verme vivo no cérebro de Luis Ortiz e disse ao paciente ele teria apenas 30 minutos de vida. Ortiz foi imediatamente submetido a uma cirurgia de emergência.

O verme tinha crescido e formado um cisto que obstruiu a circulação e o fluxo de água para o resto do cérebro. O paciente foi anestesiado e, com auxílio de câmeras, os médicos localizaram e retiraram o verme em forma de larva, uma tênia.

"O médico disse que quando tirou aquilo, ainda estava balançando.", contou Ortiz.

Os Centros Americanos para Controle e Prevenção de Doenças (CDC na sigla em inglês) dizem que cistos formados por larvas no cérebro - a chamada neurocisticercose - podem se desenvolver depois através da ingestão de ovos microscópicos, normalmente presentes em fezes de pessoas infectadas com a Taenia solium (tênia do porco).

Uma vez no corpo, esses ovos se abrem, e as larvas sobem até o cérebro. Segundo os CDC, aproximadamente mil pessoas são hospitalizadas por ano por algum problema de neurocisticercose.

Após o susto, Ortiz agora se recupera da cirurgia feita em agosto e espera poder voltar para a universidade - ele estava prestes a começar seu último ano na Sacramento State University quando o problema surgiu.

"É muito gratificante para mim estar vivo, porque se eu tivesse esperado um pouquinho mais para ir ao hospital, provavelmente eu não estaria aqui agora", disse ele à rede de TV CBC San Francisco.

Nasa registra aurora improvável e perdas de gases na atmosfera de Marte

Arte mostra uma tempestade solar batendo em Marte e eliminando íons da atmosfera do planeta
  • Arte mostra uma tempestade solar batendo em Marte e eliminando íons da atmosfera do planeta
A Nasa (Agência Espacial Norte-Americana) divulga nesta quinta-feira (5) informações importantes sobre a atmosfera de Marte graças aos dados colhidos pela missão Maven (Mars Atmosphere and Volatile Evolution), em que sondas foram enviadas ao planeta vermelho. Em anúncio ao vivo, que está acontecendo desde às 17h (horário de Brasília), Michael Meyer, o cientista-chefe do Programa de Exploração de Marte, e o professor Bruce Jakosky, investigador do principal laboratório de física atmosférica e espacial da Universidade do Colorado, nos EUA, explicam as novas descobertas publicadas em quatro estudos na revista Sciencedesta semana.
Em um deles, Nick Schneider e colegas observaram uma aurora intensa em Marte. O primeiro registro de luminescência em Marte ocorreu em agosto de 2004, pela sonda Expresso Marte, da ESA (Agencia Espacial Europeia). Essa emissão de luz foi interpretada como aurora. Desta vez, as observações mostram um fenômeno luminescente mais intenso, fornecendo informações mais detalhadas do processo físico. "Se você perguntasse para um astrônomo se há aurora em Marte, ele responderia "provavelmente não", comenta Enos Picazzio, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG - USP).
Na verdade, diz, a teoria mostra apenas uma possibilidade remota, pois para ter aurora é preciso um campo magnético, mas Marte perdeu o seu ao longo do tempo. O professor explica que o Sol constantemente emite matéria (elétrons, prótons e íons), os chamados ventos solares. No entanto, podem ocorrer eventos súbitos, decorrentes de explosões solares, que jogam grande quantidade de plasma da coroa solar no espaço e se chocam com planetas, satélites, cometas e asteroides. Quando o vento solar se choca com a magnetosfera do planeta, produz-se um efeito luminoso conhecido como aurora. O choque em Marte foi assunto de três das análises divulgadas pela Nasa.
Na Terra esse choque é bem mais intenso nas proximidades dos polos geográficos, produzindo as auroras boreais (hemisfério Norte) e austrais (hemisfério Sul). Quanto mais intensa for a explosão solar, mais intensas são as auroras. O campo magnético da Terra é intenso porque o núcleo dela tem uma grande concentração de ferro líquido.
Já em Marte, além de essa quantidade de ferro ser menor, ele foi se resfriando ao longo do tempo, e há bilhões de anos o planeta perdeu seu campo magnético. Portanto, havia apenas uma possibilidade remota de haver auroras em Marte. Picazzio explica que essa aurora marciana, que é muito mais fraca e difusa que a terrestre, ocorre por causa da interação do magnetismo contido no vento solar e do magnetismo fóssil que restou nas rochas da crosta de Marte.

Efeito das explosões solares em Marte

Outros dois estudos avaliaram o efeito dessas explosões solares sobre a atmosfera de Marte. Justamente por não ter campo magnético, os gases na superfície do planeta sofrem mais a ação do Sol, ou seja, perde muita matéria com a passagem dessas "rajadas" provocadas pelas explosões solares. Os estudos mostram que essa perda é maior do que se imaginava.
O que se sabe atualmente sobre a atmosfera marciana é que é bem diferente da Terra, sendo composta principalmente por dióxido de carbono (95,3%) e com pequenas porções de outros gases, como nitrogênio, argônio, neon e oxigênio. 
"Isso dá indícios sobre a história de Marte e ajuda a compor a ideia de como era o planeta, que tem 4,6 bilhões de anos", diz Picazzio. Com o enfraquecimento do magnetismo marciano, a magnetosfera do planeta perdeu intensidade e a atmosfera de Marte ficou mais exposta à ação do vento solar e das "rajadas" decorrentes das explosões solares. O Sol apresenta comportamento cíclico de atividade que dura cerca de 11 anos.
 Durante esse período ele passa por épocas de calmaria e de elevada atividade, com numerosas e intensas explosões solares.
O trabalho de Laila Andersson analisou uma poeira encontrada pelas sondas a 150 mil quilômetros de altura na atmosfera do planeta vermelho. Apesar de ter a atmosfera rarefeita, - a pressão atmosférica na superfície da Terra é 90 vezes maior do que a de  Marte  - existem ventos lá. A questão era se esses ventos seriam capazes de levantar poeira tão alto. Essa poeira, segundo o estudo, é muito pequena, de 1 a 12 mícrons apenas, e move-se em grandes velocidades, mostrou a sonda da NASA. 
A análise mostrou que se trata da chamada poeira interplanetária, vinda principalmente de cometas, mas também da colisão de asteroides, entre outras fontes. "Essas informações são importantes para alimentar teorias e modelos sobre o planeta. Quanto mais informações se tem de Marte, maior será nossa compreensão sobre sua formação e sua história, assim como dos processos físicos que predominaram durante a formação e evolução do planeta. Esses conhecimentos não se restringem ao planeta em estudo, mas esclarecem fatos que marcaram a história dos demais objetos do Sistema Solar", diz o professor da USP.