quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Tubarões P/ 1



Tubarões são peixes cartilaginosos (Chondrichthyes) marinhos classificados na subclasse Elasmobranchii (a mesma das arraias), da Superordem Selachimorpha .
Existem cerca de 400 espécies.
Os Tubarões mantiveram-se quase inalterados durante milhões de anos.
Apareceram no planeta Terra na era Paleozóica, (mais ou menos 400 milhões de anos atrás).
Têm pele grossa, geralmente cinzenta e coberta por pequenas escamas em forma de dentes.
O corpo do tubarão é hidrodinâmico e apresenta barbatanas peitorais, barbatana dorsal alta e barbatana caudal bifurcada.
De cada lado da cabeça existem cinco fendas branquiais descobertas (sem opérculo).

tubarão branco

Os tubarões são provavelmente os animais mais capacitados sensorialmente.
Tem uma capacidade incrível de perceber estímulos de todos os tipos, e pode sentir uma gota de sangue em um milhão e meio de gotas de água a uma distância de 30 metros.
O olfato é fantástico, e a sua audição funciona como radar para perceber vibrações na água.
Além disso são dotados de uma espécie de sensores elétricos e por isso consegue perceber a sua presa através dos impulsos elétricos.
São carnívoros e costumam se alimentar depeixescrustáceoslulaspolvostartarugas,raias e outros cações.
Vivem em águas costeiras e oceânicas, desde a superfície ao fundo em quase todos os oceanos e mares.
Podem viver até 80 anos.
O tamanhos pode variar entre 0,10m e 18m de comprimento.
No Brasil, existem 88 espécies de tubarão conhecidas.
Na foto ao lado um tubarão branco.


Reprodução

A reprodução dos tubarões ocorre por fecundação interna. O macho introduz o órgão reprodutor masculino (clasper) no órgão copulador feminino (oviducto) da fêmea.
As fêmeas atingem, em geral, a sua maturidade sexual com maior tamanho do que os machos e normalmente procriam todos os anos.
Nas espécies ovíparas (20% do total) a fêmea realiza a postura dos ovos retangulares, protegidos por uma membrana filamentosa, para que se grude em algas ou pedras.
Nas espécie ovovivíparas (70%), o desenvolvimento dos ovos ocorre no oviduto da fêmea, e o filhote já nasce pronto.

Nas espécies vivíparas (10%), o desenvolvimento do embrião realiza-se internamente, com ligações placentárias, e os filhotes também já nascem prontos.

A viviparidade garante que os filhotes sejam bem alimentados durante o seu desenvolvimento, estando prontos para sobreviver imediatamente após o nascimento.

tubarões martelo


A seleção natural dos tubarões inicia-se, em algumas espécies ovovivíparas e vivíparas, ainda dentro do útero, através da prática do canibalismo.
Os filhotes que se formam primeiro (de quatro a quinze) comem os que ainda não estão formados, e depois comem uns aos outros, sobrevivendo apenas os mais fortes.
Resultado de imagem para tubarão ovíparoTubarões ovíparos põem ovos com cascas grossas, resistentes a predadores, e que depois são presos por eles nas rochas ou nas algas. Os ovos são incubados dias ou semanas depois, e os filhotes sobrevivem por conta própria. Muitas das cascas de ovos têm uma forma retangular, e algumas, como a “bolsa de sereia” (na foto ao lado), posta pelos esqualídeos, são muitas vezes trazidas até a costa pelas marés.
O comportamento dos tubarões durante a fase de acasalamento pode ser bem complexo, e os rituais pré-nupciais entre machos e fêmeas variam muito entre as diversas espécies. Certos padrões de comportamento, como o nado sincronizado, as mordidas e alterações de cor, são comuns nas várias espécies. Algumas delas, como o tubarão-frade, envolvem-se num complexo comportamento grupal, durante o qual nadam em círculo.
A retirada do esperma de um rival é importante para garantir a paternidade. Por isso o órgão sexual  do tubarão macho possui um canal duplo. Um dos tubos esguicha na fêmea um possante jato de água do mar para limpar qualquer esperma que tenha sido depositado em acasalamentos anteriores, e o outro introduz o seu próprio esperma. Assim, ele garante que a prole terá os seus genes.


Cartilagens ao invés de ossos

ataque de tubarão

Os tubarões, como as arraias e as quimeras, são diferentes de outros peixes.
A maioria dos outros peixes possuem esqueletos feitos de ossos, como os mamíferosrépteis,anfíbios e pássaros.
Os tubarões e as arraias possuem esqueletos feitos de cartilagem (como a nossa orelha).
A cartilagem deixa os tubarões mais leves para que não afundem no oceano e não precisem de uma bexiga natatória como outros peixes.

Pele e escamas

A pele dos tubarões é protegida por escamas placóides e por isso é muito áspera.
Possui ainda bio-receptores, que permitem que os tubarões possam saber se há substâncias perigosas na água, avaliar a salinidade e outros parâmetros químicos.

O tubarão pode detectar campos elétricos

olhar de tubarão

A cabeça, especialmente ao redor do focinho, apresenta pequenos poros, denominados ampolas de Lorenzini.
Estes receptores são sensíveis à temperatura, salinidade e pressão da água, com a capacidade de detectar campos eléctricos muito sutis, gerados por outros animais.
Podem, deste modo, detectar o batimento cardíaco de um peixe que esteja enterrado na areia, a alguns metros de distância.
A capacidade de perceberem estas ligeiras mudanças na corrente elétrica do ambiente, além de facilitar a caça, ajuda na navegação em mar aberto durante as grandes migrações, guiando-se através do campo electromagnético da Terra.

Olfato

tubarões nadando em circulo

o olfato do tubarão é muito apurado, permitindo-lhes identificar substâncias bastante diluídas na água, como concentrações de sangue abaixo de 1 parte por milhão.
Por isso em alguns países são chamados de "narizes nadadores".
Quando detectam o cheiro de sangue ou de corpos em decomposição, facilmente encontram o local de origem, utilizando principalmente o seu olfato. E é por isso que sempre se diz que quem está sangrando não deve entrar no mar.

Audição

O seu ouvido interno, que é responsável pelo equilíbrio e detecção das vibrações de baixa frequência, situa-se atrás e acima do olho. Possui três canais semicirculares e detecta vibrações a longas distâncias, podendo o tubarão ouvir  o som de um peixe a debater-se a uma distância de 250 a 650 m.

Visão

olho do tubarao

A abertura pupilar varia de circular a oval quando aberta. Na luz brilhante a pupila pode ser apenas um pequeno círculo ou fenda, que pode ser vertical (como acontece com o gato)ou horizontal. O seu olho possui uma camada reflectiva que permite um aproveitamento maior da luminosidade em lugares com pouca luz, como as águas turvas ou profundas e à noite.

Vibrações

As suas linhas laterais são também capazes de captar vibrações de média e baixas frequências, correntes, mudanças na temperatura e pressão da água, assim como localizar obstáculos e alimentos em águas turvas. Do mesmo modo, pode também detectar, pela turbulência causada, a aproximação de um inimigo de grande porte.

tubarao-lixa

Respiração e natação

A maioria dos tubarões, quando parados, não conseguem bombear a água para as brânquias (guelras), para respirarem.
Precisam forçar a entrada da água pela boca, para que passe pelas brânquias e saia pelas fendas branquiais.
Mas a ausência de bexiga natatória dificulta a sua flutuação.
Estas duas características são as responsáveis pela maioria dos tubarões nadar constantemente, pois, se por algum motivo pararem, afundam e/ou morrem por asfixia.
Mas conseguem ficar parados no fundo, se estiverem de frente para uma corrente. Eles não andam mas a água anda (corrente), passa pelas guelras e assim ele pode respirar parado.

Temperatura e hábitos de alimentação

tubarão nadando

A maioria dos tubarões são ectotérmicos,ou seja, tem temperatura variável e dependente do ambiente externo.
Muitos tubarões, apresentam um menor metabolismo, sendo mais lentos e com menores necessidades energéticas.
Para manter a sua temperatura constante e um bom grau de atividade, dependem de águas  quentes e das regiões costeiras.
Alguns tubarões da ordem dos Laminiformes possuem a capacidade de conservar o calor metabólico e manter a temperatura de regiões importantes do corpo constantes através de adaptações anatômicas, mantendo a temperatura do corpo maior do que a da água.

tubarao-martelo

Porque eles tem que nadar constantemente (para poder respirar), gatam muita energia, e para repor precisam comer bastante.
Devido a essa voracidade natural, algumas espécies limpam os oceanos ao comerem os animais feridos ou mortos, mesmo se estiverem podres.
A sua boca possui uma grande abertura. Os dentes, triangulares, afiados e eficientes para agarrar e cortar, não possuem raiz.
Os tubarões têm várias fileiras de dentes de reposição, que ficam atrás da fileira de dentes que está em uso. Quando um dente é perdido, o de trás move-se para ocupar o seu lugar. Algumas espécies não possuem os afiados dentes triangulares, essenciais aos predadores, por isso tiveram que se adaptar a outras formas de alimentação.

Os dentes dos tubarões

  A única arma do tubarão é sua boca. Como suas nadadeiras e seus órgãos dos sentidos, a boca do tubarão é uma adaptação fisiológica muito eficiente, perfeitamente adaptada à sua finalidade. Existem dois elementos que tornam a boca tão eficiente: os dentes e as mandíbulas.
boca de tubarãoOs dentes do tubarão são como os dentes dos predadores terrestres. Eles são muito afiados para cortar a carne. Os tubarões são exclusivamente carnívoros. Alguns tubarões que vivem no fundo do oceano possuem dentes especiais para abrir as conchas, mas os mais ativos possuem dentes adequados para comer carne. Há uma grande variedade de dentes de tubarões, assim como uma grande variedade dos próprios tubarões. Esses dentes podem ser divididos em duas categorias gerais.
Muitas espécies de tubarão, como o tubarão-duende e o tigre-da-areia, possuem dentes longos e finos. Essa estrutura é bem adequada para caçar pequenos peixes. O tubarão mata o peixe imediatamente com uma única mordida. Em seguida, engole o peixe inteiro.
Os tubarões que caçam presas maiores precisam de uma estratégia diferente e também de dentes diferentes. Eles mordem suas presas várias vezes, mordendo grandes pedaços de carne. Os tubarões deste grupo, que inclui o famoso tubarão-branco, possuem dentes bastante serrados. Esses dentes atuam como uma faca de caça e cortam facilmente carne e ossos. Muitos tubarões possuem combinações de dentes longos e afiados com dentes serrados para que possam manter a presa no lugar certo enquanto a cortam.

Como é um tubarão por dentro?

tubarão por dentro
guelras

Uma máquina perfeita

Os tubarões, encontram-se em seu atual estado de perfeição evolucionária há cerca de 63 milhões de anos.
A uma distância de l,6km ou mais, o tubarão pode ouvir e localizar precisamente sons de baixa frequência que indicam uma agitação na água, como um peixe se debatendo. A cerca de 400m, pode farejar baixas concentrações de sangue ou outros fluidos corporais na água e seguir o cheiro até sua fonte.
Utilizando a fila de detectores ao longo dos lados de seu corpo, o tubarão compara mínimas diferenças no fluxo da corrente e nada em direção a ela para localizar sua vítima.
Seus olhos são dez vezes mais sensíveis à luz fraca que os dos homens e, mesmo na escuridão quase total, ele pode ver o movimento da presa a oito metros de distância. Quando está se movendo rapidamente para a superfície, pode desativar seu sistema de adaptação ao escuro e acostumar-se instantaneamente à claridade.
Mas, ao aproximar-se para o ataque, o tubarão nada quase cego, pois seus olhos são cobertos por uma membrana ou desaparecem nas órbitas protetoras, conforme a espécie.

Nessa hora, um impressionante sentido assume o comando — o de detectar atividade elétrica.
Através de receptores localizados em seu focinho, o tubarão pode detectar insignificantes correntes eletricas causadas pela contração muscular — como a batida de um coração — no corpo da vítima.
É o sentido máximo de ataque, guiando-o em sua última arrancada em direção à presa.
Isso talvez explique porque, algumas vezes, os tubarões atacam barcos.
Eles não buscam seus ocupantes, mas são atraídos pelas fracas correntes eletricas produzidas pelas peças de metal imersas na água.
Em resposta ao estímulo, o tubarão reage instintivamente — abre suas mandíbulas e ataca a fonte dos sinais.
Esse sistema de percepção elétrica também é usado pelos tubarões-martelo para detectar presas escondidas, tais comoraias-lixa e linguados enterrados na areia do fundo do mar. O formato curioso de sua cabeça é o segredo do tubarão martelo. Eletrossensores distribuem-se por toda sua testa e guiam-no precisamente até a presa escondida.
A sensibilidade aos fracos sinais elétricos também pode explicar como um grupo de tubarões-martelo é capaz de reunir-se todas as manhãs no mesmo recife, após caçar solitariamente durante toda a noite. Pensa-se também que eles podem localizar seu local de encontro ajustando-se ao campo geomagnético da terra.

Qual a diferença entre cação e tubarão?

caça

Na verdade nenhuma.
Os pescadores costumam dizer que cação é o que a gente come e tubarão é o que come a gente.



















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