sábado, 6 de agosto de 2016

Máquina transforma seu xixi em água potável.

E os inventores dessa engenhoca querem testá-la fazendo uma cerveja.



Beber xixi pode até parecer nojento. Mas um grupo de cientistas da Universidade de Gante, na Bélgica, provou que não precisa ter asco: eles criaram uma máquina que usa apenas energia solar para transformar urina em água potável e em fertilizante para a agricultura. Os caras confiam tanto na própria invenção que beberam, eles mesmo, o xixi limpinho - e vão até usar a água que resultou do primeiro teste para fazer cerveja.
A técnica é simples: em um tanque, a urina é coletada e aquecida, usando energia solar. Depois, o que sobra é filtrado por uma membrana que consegue remover 95% da amônia, uma substância tóxica, do xixi (é, ainda sobram 5%, mas os cientistas garantem que essa porcentagem não faz mal para a gente). Nutrientes como potássio, nitrogênio e fósforo também são separados da água, e podem ser usados para fertilizar a terra. 
O primeiro grande teste da engenhoca foi feito pela equipe no festival Gentse Feesten, em Gante no norte da Bélgica. Um evento de teatro e música que dura dez dias, e que costuma reunir cerca de um milhão de pessoas. Lá, os cientistas colocaram o xixi captado nos banheiros químicos na máquina, e conseguiram recuperar, em duas horas, mil litros de água limpa que será usada para fabricar cerveja, uma das maiores especialidades da Bélgica.
Transformar xixi em água potável não é exatamente uma novidade: desde 2008, na Estação Espacial Internacional, astronautas bebem água graças a um equipamento que recicla suor e urina. No ano passado, Bill Gates apareceu em um vídeo bebendo "água de xixi" de uma máquina parecida com essa dos cientistas belgas (só que bem maior e menos prática). E, além disso, um dispositivo chamado "Aguá H2O" foi criado em 2009, com a promessa de "limpar" a urina com uma coisa chamada "carbono ativado".
Beleza, tudo isso existe, só que a máquina dos belgas é a diferentona: primeiro, porque ela não usa eletricidade - só precisa de um solzinho para funcionar-; e segundo, porque ela é relativamente pequena - tem o tamanho de um carro médio (o oposto da máquina usada por Bill gates, por exemplo, que mais parecia uma fábrica inteira do que um dispositivo). 
Por ser tão prática e barata, e por não precisar de combustíveis fósseis ou de grandes gastos de energia, a técnica pode ser aplicada em áreas rurais e em países em desenvolvimento, que não tenham acesso fácil à energia e nem dinheiro de sobra para investir em máquinas mais caras. Mas, por enquanto, a engenhoca vai começar a ser usada em aeroportos e em estádios esportivos, além de servir para fabricar a cerveja.

Edward Snowden está criando uma capa de celular à prova de espionagem.

O mesmo cara que denunciou os EUA por um esquema global de vigilância está montando uma "armadura" de privacidade para o seu Smartphone.



Você tem um espião em casa. Ele dorme ao seu lado todos os dias. É com ele que você manda mensagens, Gifs (e até nudes). Todo mundo sabe que um Smartphone funciona como um rastreador - até por isso ele é tão bom em nos fornecer direções e mapas. O problema é que, na prática, é impossível saber se os aparelhos estão enviando informações sobre você sem a sua autorização.
Quem está trabalhando para mudar isso não é ninguém menos que Edward Snowden, o cara que denunciou a NASA por... espionagem eletrônica. Ele e o hacker Andrew "bunnie" Huang estão construindo uma capinha de celular que garante a sua privacidade - e ainda te dá horas extras de bateria.
Desde que saiu dos EUA por causa das suas acusações contra a agência americana de segurança, a preocupação de Snowden com privacidade beira a paranoia - em uma coletiva de imprensa, pediu que jornalistas colocassem seus celulares em uma geladeira. Ele mesmo não tem um Smartphone para evitar ter sua localização na Rússia descoberta.
Carregar um frigobar com você não é nem um pouco prático, então o americano resolveu desenvolver uma solução mais tecnológica, que pudesse proteger o usuário sem prejudicar seu uso normal do celular.
A capinha anti-espionagem é bem discreta - ela tem a aparência de uma bateria externa e, por enquanto, o plano é que funcione como uma também. Mas sua função principal é acompanhar os sinais de rádio emitidos pelas antenas de smartphones. Se sinais erráticos, que não tem ligação com a atividade do aparelho, começam a ser enviados, a ferramente avisa imediatamente o usuário.
O dispositivo foi pensado especialmente para jornalistas que trabalham em áreas perigosas. Uma das inspirações para a invenção foi o caso da repórter americana Marie Colvin. Ela morreu na Síria em 2012 e sua família processou o governo sírio por interceptar sinais do seu celular para rastrear sua posição.
Colocar o celular em modo avião não é suficiente para garantir que o tráfico de dados pare - hackers já demonstraram que conseguem invadir um aparelho mesmo com essa função ligada. Além disso, um celular hackeado pode parecer desligado e continuar ativo. "Confiar em um telefone que pode ter sido hackeado só por estar em modo avião é como confiar que um cara bêbado que diz que consegue dirigir", afirmam Snowden e Huang, no documento que detalha o funcionamento do dispositivo.
É aí que entra a ação da capinha. Para os fãs de detalhes técnicos, ela funciona como um mini-osciloscópio, instrumento que analisa variações eletromagnéticas. Ela consegue dar o alarme quando um telefone está transmitindo informações, mesmo que os gráficos do celular indiquem que ele está inativo.
Saber se você está sendo rastreado já é um grande avanço, mas Snowden e Huang querem acrescentar um botão de desligamento total, que desconecte automaticamente todas as fontes de energia do aparelho em caso de espionagem.
A capa se conecta ao celular através do buraco do cartão SIM - e o chip em si passa a ficar dentro da capinha. O foco dos inventores é monitorar os sinais de Wi-Fi, 3G e GPS. O microfone e a câmera, por enquanto, continuariam vulneráveis a hackers - mas a solução para isso pode ser colar pedaços de fita adesiva sobre eles, como faz Mark Zuckerberg.
Os jornalistas não são os únicos que Snowden e Huang querem proteger. Para eles, quanto mais pessoas estiverem dispostas a detectar espionagem de celulares, melhor. A ideia é que fique cada vez mais arriscado para governos vigiarem secretamente as pessoas - porque o perigo de serem pegos no flagra passa a ser bem maior.
Os inventores divulgaram um artigo detalhado da técnica para construir a capinha. A ideia é que o projeto seja open source e qualquer pessoa com experiência técnica - e que sabia soldar metais - consiga montar a estrutura em dois dias. O próximo passo da dupla é construir protótipos na China, baseados no iPhone 6, para que eles possam ser repassados a repórteres em risco - ou a qualquer um que esteja disposto a pagar um pouco mais para garantir que sua privacidade está segura.

PCs precisarão de mais energia do que o mundo pode gerar.

PCs precisarão de mais energia do que o mundo pode gerar

Desde a criação do computador pessoal no início dos anos 80, as empresas estão desenvolvendo chips cada vez menores, ainda mais potentes e, de quebra, mais baratos. Até agora, essa cadeia se mostrou produtiva. No entanto, para que ela continue a funcionar será preciso de algo que, em 2040, poderá estar em falta: eletricidade.
Segundo um relatório da Associação da Indústria de Semicondutores (SIA), em pouco menos de 25 anos, os chips dos PCs irão precisar de mais energia elétrica do que a produção global pode gerar.
Isso significa que a capacidade da indústria de manter o ritmo da Lei de Moore pode estar à beira do colapso. Formulada por Gordon Moore, co-fundador da Intel, em 1965, a lei indica que o número de transistores que podem ser instalados em um chip dobra a cada 18 meses, sem que seja preciso gastar mais.
No entanto, o que as empresas esqueceram é que uma grande quantidade de transistores significa mais interconexões e que, para mover os dados entre essas interconexões, mais da metade da energia de um processador é utilizada, aponta o estudo.
Por isso, segundo os cientistas, "as abordagens convencionais estão chegando a limites físicos". Além disso, eles afirmam que essa tendência de diminuir o tamanho dos transistores não será financeiramente viável daqui cinco anos, em 2021.
Assim, para os pesquisadores, as fabricantes de chips terão que recorrer à criação de transistores em 3D se querem aumentar a performance dos computadores e manter seus preços baixos.
Contudo, essa solução apresenta um outro desafio: a dissipação adequada do calor que se acumula nos circuitos. Esse problema de gestão térmica tem como efeito uma maior densidade de potência e, consequentemente, um maior uso de eletricidade.
Mesmo que projetos alternativos não encontrem uma maneira de superar essas novas barreiras, isso não significa que a fabricação de computadores irá parar no tempo. Na realidade, a inovação vai continuar, mas será mais sutil.
"Não estamos dizendo que é o fim da Lei de Moore. O que precisamos fazer é recuar e ver o que realmente importa aqui: a computação", afirmam os cientistas no relatório.

Robô churrasqueiro é criado na Alemanha.

A invenção prepara BratWursts, tradicionais salsichas alemãs.

Pode avisar aquele seu amigo chato que vive se gabando por ter ficado na churrasqueira: os dias de estrela dele estão acabando. Um grupo de cientistas do centro de pesquisas tecnológicas alemão FZI acabou de inventar um substituto para ele. É o BratWurst Bot, o robô churrasqueiro.


Robô churrasqueiro


O nome é bem explicativo: Bot vem de robô mesmo e BratWurst é o nome da tradicional salsicha alemã que a invenção cozinha (sim, você ainda vai ter que lidar com a picanha sozinho). O chefe mecânico consegue colocar as proteínas na grelha, e girá-las a fim de deixar a comida assada por igual em todos os lados. Dá certo? Mais ou menos, as bratwursts não ficou muito bonitas no fim das contas, mas, de acordo com os criadores, todo mundo come. Você pode conferir um pouco do funcionamento da ferramenta, e como ficam as salsichas, no vídeo abaixo.



Para se tornar um churrasqueiro, o robô utiliza duas câmeras. Uma para observar o local onde ficam as salsichas de fora da grelha, e outra para analisar as que estão sendo assadas, calculando a hora certa para virá-las. De acordo com os pesquisadores, um dos maiores desafios foi conseguir que o robô entendesse que as bratwursts mudam de cor, nas primeiras versões, ele não conseguia mais reconhecê-las quando começavam a assar e ganhar uma corzinha mais dourada. Também foi difícil o fato de que, quando colocadas na chapa, as salsichas rolavam. O resultado só apareceu depois que os pesquisadores conseguiram criar um código que dava a mobilidade necessária para o robô se movimentar livre e rapidamente pela chapa.

O robozinho também é simpático. Com seu bigodudo rosto sendo exibido em um tablet, o robô também falava algumas frases. Entre um trocadilho culinário local e outro, BratWurst Bot soltava um "bom apetite" para entreter seus clientes - consumidores esses que não podem reclamar de imprevistos: você faz um pedido pelo tablet, e logo recebe uma senha e quanto tempo vai demorar para sua salsicha ficar pronta. Robô alemão; precisão suíça.
O robô foi apresentado na 53ª edição da Stallwächter Party, um evento organizado pelo governo alemão para convidados especiais. Lá, a invenção preparou 200 salsichas para os visitantes. A festa já está fazendo tradição com os robôs. Ano passado, a mesma FZI levou HoLLiE, uma barwoman mecânica que preparava drinks para o público. Se juntarmos ela com BratWurst, já dá para fazer uma festa.