sexta-feira, 27 de maio de 2016

A volta do fantasma nuclear.

As potências nucleares nunca entraram em guerra uma contra a outra por medo de retaliação. Esse equilíbrio, porém, está com os dias contados.

A ideia de banalizar as armas nucleares fora rechaçada por Reagan e Gorbachev. Agora
ela está de volta. Para valer.


"Com o sucesso de nossa histórica bomba de hidrogênio, entramos no grupo dos Estados nucleares avançados", anunciava a TV estatal da Coreia do Norte, após um terremoto atípico provocado pela explosão. No mesmo 6 de janeiro, o Conselho de Segurança da ONU se reunia. E, no dia 26, batiam os três minutos para a meia-noite no Relógio do Juízo Final - índice de risco de catástrofe publicado no Bulletin of the Atomic Scientists, lançado em 1945 pelos criadores da primeira bomba nuclear. A única vez em que o mundo esteve mais próximo de seu fim foi em 1953, quando a URSS testou sua bomba H, e o Relógio do Juízo Final bateu em dois para a meia-noite, momento que, pela lógica do Bulletin, marcaria o início de uma catástrofe nuclear.
A Coreia do Norte faz seus barulhos, mas trata-se apenas de mais uma entre várias ameaças nucleares apontadas pelo Bulletin - e nem é a maior. Os EUA iniciaram um projeto ainda mais preocupante: a repaginação de todo o seu arsenal nuclear. Nas próximas três décadas, o país deve torrar um montante estimado em até um trilhão de dólares com novos bombardeiros invisíveis, submarinos, mísseis de cruzeiro, bombas táticas guiadas, laboratórios e fábricas, além da renovação das próprias ogivas. O risco desse programa não é apenas uma ressurreição da corrida tecnológica entre as potências nucleares. A verdade é que ele pode mudar completamente a forma como as potências avaliam o risco de serem atacadas - e também a oportunidade de atacarem.
A intenção, a princípio, parece racional. A ideia seria criar bombas nucleares "humanitárias". Em vez de produzir explosões mais potentes, elas teriam precisão cirúrgica, com potência ajustável, de modo a causar o grau de destruição necessário a cada missão. E, assim, destruiriam apenas o alvo desejado e reduziriam "efeitos colaterais". "Minimizar mortes de civis", diz o ex-subsecretário de Defesa americano, James Miller, "é uma abordagem mais ética".
Muitos discordam. O perigo desse pensamento aparentemente humanitário está em encontrar usos triviais para uma arma nada convencional. Uma arma extremamente precisa e de potência ajustável é uma tentação para comandantes militares. Afinal, ela oferece o efeito desejado de um ataque nuclear (como aniquilar imediatamente instalações militares) sem produzir os "efeitos colaterais" de uma segunda Hiroshima.
Não foi por bondade que as potências nucleares jamais se atacaram. Essa relativa paz está na ideia de "destruição mútua assegurada" - mais conhecida pela arguta sigla inglesa MAD. Se uma potência atacar outra com uma bomba nuclear, mesmo que de poder reduzido, essa outra retaliará com mais força. Isso provocaria uma espiral de agressão com armas de destruição em massa que acabaria por dizimar ambos os lados. Ironicamente, as bombas nucleares tornaram-se armas para jamais serem usadas. Um "seguro" contra agressões que usa como garantia a própria sobrevivência. Pode não ser a forma mais bonita de evitar confrontos entre cachorros grandes. Mas é a que tem funcionado há 70 anos, desde o fim da 2ª Guerra Mundial.
Agora, porém, podemos estar próximos de perder esse seguro. Porque, claro: as bombas "humanitárias" voltam a tornar o impensável pensável. Elas simplesmente baixam o limiar para uma hecatombe.
O primeiro teste com uma delas aconteceu recentemente no deserto de Nevada. Era o novo modelo da B61, uma bomba nuclear feita para ser lançada de aviões. Com barbatanas móveis, computador interno e ajuste de potência destrutiva. Quando ajustada ao mínimo, tem apenas 2% da potência da bomba de Hiroshima - o que pode tornar seu uso tentador, dependendo de quem estiver no comando de uma operação.
A arma mais desestabilizadora do programa, porém, é outra: o míssil nuclear de cruzeiro. Lançado por ar, terra ou mar, ele funciona como um drone a jato, capaz de levar um explosivo até um alvo distante, voando baixo para despistar satélites e radares.
Só tem um problema. Numa estratégia de dissuasão nuclear, é necessário que os lados num potencial conflito estimem as ações e as intenções do adversário. Hoje, os cálculos são possíveis, porque o mero lançamento de míssil intercontinental, facilmente detectável, já causaria retaliação nuclear do outro lado. Logo, ninguém lança.
Com os mísseis nucleares de cruzeiro, não tem dessa. Eles acabam com qualquer previsibilidade, já que podem ser confundidos com mísseis convencionais. Se um país lançar um míssil de cruzeiro contra um rival, este não terá como saber se ele contém explosivos convencionais ou uma ogiva nuclear. Se reagir conforme o pior cenário, iniciará uma guerra nuclear. A bomba deixa de ser um "seguro" e volta a se tornar uma arma de fato, com todo o potencial apocalíptico contido ali. E essa tese não é nossa. Reagan, Gorbachev e Bush Pai já haviam deixado de lado a ideia de usar mísseis de cruzeiro com ogivas nucleares, por considerarem algo desestabilizador.
Obama, teoricamente o mais pacífico desse clube, deixou claro que não pensa dessa forma: os EUA pretendem produzir mais de mil peças para serem armadas com ogiva nuclear.
Parece irônico hoje que Obama tenha recebido o Nobel da Paz no seu primeiro ano como presidente. De fato, ele e seu então colega Medvedev assinaram, em 2010, um tratado de cortar seus arsenais nucleares para "apenas" 1.550 ogivas de cada lado. Ainda é muito, mas, para você ter uma ideia, só a URSS chegou a ter 45 mil ogivas em 1986. Só que objetivos assim dependem de um ambiente político favorável, e, hoje, as relações entre Washington e Moscou estão é próximas de uma nova Guerra Fria. Pior. Existe a possibilidade real de que o sucessor de Obama seja Donald Trump, um bufão cujo discurso remete a uma certa literatura alemã da década de 1920.
Some o novo arsenal dos EUA ao plano do Republicano de fazer com que seu país "volte a ser respeitado" à base de tiro, porrada e bomba, e temos uma mistura explosiva, capaz de fazer este mundo instável descambar numa 3ª Guerra Mundial. Terceira e, provavelmente, última.
Fantasma nuclear

Moradores de Nova York agora podem vender energia para os vizinhos.

Rede elétrica inteligente no Brooklyn cria um mercado de energia virtual que funciona igualzinho às transações de bitcoin.

Venda de energia solar para vizinhos

Painéis solares, além de gerar energia sustentável, têm a vantagem de dar mais autonomia para o dono, que não precisa mais depender da rede de distribuição elétrica para abastecer sua casa. Mas, em um belo dia ensolarado, os painéis podem gerar mais energia do que a casa precisa. Em Nova York, uma startup está aproveitando essa sobra para criar o bitcoin da energia.
A experiência está acontecendo no bairro do Brooklyn. O projeto TransActive Grid permite que cinco casas com painéis solares comercializem seu excedente de energia para outros cinco vizinhos de forma totalmente autônoma, sem ter que passar por nenhuma empresa intermediária.
Tudo começa na rede de energia. Normalmente, as casas abastecidas por painéis solares estão conectadas à empresa local de energia. Quando sobra eletricidade, esse excedente volta para rede e o dono da casa ganha um desconto na conta de luz. O que o TransActive Grid faz é instalar sensores que calculam exatamente quanta energia extra está sendo produzida e impede que ela volte para o sistema geral, ficando na minirrede que os vizinhos dividem.
Por meio de uma interface virtual o excedente em créditos de energia  podem ser comprados pelos vizinhos usando uma moeda virtual. As transações funcionam da mesma forma que o bitcoin - são baseadas em blockchain, um tipo de livro de registros virtual à prova de fraudes.
Cada cliente ou comerciante de energia tem sua própria cópia da base de dados das transações. Cada um com a sua cópia, os computadores monitoram uns aos outros, verificando e auditando automaticamente cada comercialização. Assim, o blockchain elimina a necessidade de ter uma instituição financeira responsável pela troca e a venda de energia é direta, barata e dinâmica.
O Brooklyn Microgrid tem potencial para crescer bastante - segundo o mapa do projeto, há mais de 20 casas com painéis solares no bairro. A prefeitura de Nova York apoia o projeto, porque um dos objetivos é que as casas se tornem menos dependentes da rede central e tenham alternativas em casos de apagão.
A iniciativa segue a mesma tendência de tecnologias como o Uber e o Airbnb: juntar quem quer um produto e quem quer vendê-lo, sem intermediários. Em breve, é possível que você esteja comprando energia sustentável do seu vizinho com mais facilidade do que para pedir uma xícara de farinha.

Abelha robô pode ajudar a salvar o planeta.

Com apenas 3 cm, bichinho voador poderá polinizar as plantações - se conseguir vencer um grande desafio.

robo abelha

Você já deve ter ouvido falar que as abelhas estão desaparecendo. Como elas são agentes polinizadores fundamentais para a manutenção de todo o ecossistema do planeta, esse sumiço é, no mínimo, preocupante. Mas agora, cientistas da Universidade Harvard parecem ter a solução: usar robozinhos inspirados nos insetos para dar uma mãozinha na polinização - os RoboBees (algo como RobôAbelha). A criação, ainda um protótipo, também promete reinventar o que conhecemos como drones.  
O nome RoboBee não é só um apelido fofo: a pequena máquina realmente copia as características das abelhas. Suas asas, por exemplo, batem separadamente, permitindo que o voo seja manobrado, e seu tamanho e peso são praticamente os mesmos dos insetos - 3 cm de comprimento e 80 mg. Além disso, o robô intercala voos curtos com pousos para descansar, exatamente como as abelhas fazem na natureza.
Esse plano de voo em robôs ajuda a resolver o problema do gasto de energia, que é enorme para manter uma máquina no ar. Em vez de flutuar o tempo todo, o RoboBee só precisa voar até chegar perto o suficiente de uma superfície onde ele possa pousar. Ele, então, usa eletricidade estática - a mesma coisa que acontece quando você esfrega uma bexiga para grudá-la na parede - para se fixar sobre quase qualquer lugar: paredes, plantas, vidro, madeira e por aí vai.
robo abelha
Nos testes, eram os cientistas que carregavam o robô com a energia estática, mas o próximo passo é encontrar uma forma de ele conseguir se recarregar sozinho. Por enquanto, os pesquisadores só estão interessados em reduzir ao máximo os gastos de energia - e conseguiram: o robozinho só precisou de uma recarga para se manter preso em uma folha sem cair.
O projeto já existe desde 2013, mas só agora os cientistas tiveram a ideia de usar a energia estática para copiar as pausas entre voos das abelhas. Se o protótipo for para a frente, o inseto robótico poderia ter vários outros usos além da polinização: espionagem, segurança, coleta de dados científicos e até a busca por pessoas desaparecidas - ou qualquer outra coisa que seja inalcançável para seres humanos ou mesmo para drones.

Pulseira dá choque em quem gasta muito dinheiro.

Pulseira dá choque em quem gasta muito dinheiro
Pulseira que dá choque está conectada à conta bancária, por meio de uma plataforma                                                         criada por empresa britânica.

Se está difícil controlar sozinho o impulso de comprar, agora você pode levar um choque de uma pulseira que o lembrará que está gastando dinheiro demais. A invenção é da empresa de tecnologia britânica Intelligent Environments, que lançou ontem a primeira plataforma bancária ligada a objetos conectados no mundo.
O "banco da internet das coisas", como é chamado na Inglaterra, detecta automaticamente gastos excessivos e, em seguida, dá um choque elétrico no usuário através de uma pulseira. Na verdade, a plataforma não é um banco, mas um canal conectado à uma conta bancária ou a um cartão de crédito, que transmite as informações para a pulseira.
O usuário define um limite mínimo de saldo bancário e, quando a conta estiver perto desse valor, recebe uma mensagem no celular. Se mesmo assim não respeitar o limite, ele recebe um choque de 225 volts no pulso para que não tente comprar algo. A ideia é que, com o tempo, os choques treinem o cérebro para controlar melhor os gastos.
A pulseira é um dos objetos que podem ser conectados à plataforma, mas outros ainda devem ser lançados futuramente, como sinalizadores que usam luzes.
E quando a pulseira chegará ao Brasil? Ainda não há previsão. Até mesmo entre os bancos e operadoras de cartões da Inglaterra o dispositivo é uma novidade e está sendo avaliado com certo cuidado.

Este fone de ouvido faz tradução simultânea.

Nova tecnologia permite que duas pessoas conversem falando duas línguas diferentes.

Tradução Simultânea

No filme Encontros e Desencontros, o personagem de Bill Murray não consegue se acertar                             em Tóquio mesmo com um intérprete à sua disposição.


Uma salvação para os viajantes e para os amantes bilíngues. É essa a promessa do Pilot, um fone de ouvido que permite que duas pessoas se entendam em uma conversa em duas línguas diferentes.
O americano Andrew Ochoa teve a ideia do Pilot quando começou a namorar uma francesa. Fanático por tecnologia, ele quis encontrar uma solução para a barreira de linguagem entre os dois. E assim começou o desenvolvimento dos fones, que devem ser lançados em março do ano que vem.
No vídeo abaixo, dá para ver um protótipo do dispositivo em ação. Funciona assim: cada participante da conversa usa um par de fones, que são conectados entre si por Bluetooth. Os dois dispositivos são conectados a um aplicativo de smartphone, que funciona como o "dicionário eletrônico". O app processa a voz de um dos participantes da conversa e envia um áudio da mensagem traduzida ao outro fone.


A mensagem é traduzida quase que em tempo real. Na demonstração, dá para perceber que existe um delay, mas muito mais suave que as próprias traduções simultâneas de grandes eventos como o Oscar. Outra vantagem é que o equipamento foi criado para funcionar offline, já que o acesso de viajantes a 3G e Wi-Fi é limitado.
O projeto vai lançar uma campanha de crowdfunding no site Indiegogo para financiar a fase final de testes e já dá para se inscrever para as pré-vendas. Mas conversar sem dificuldades em duas línguas ao mesmo tempo não vai sair barato: o kit com direito a dois pares de fones, um carregador portátil e o aplicativo devem ficar entre US$ 250 e US$ 300 (R$ 890-1060, quando este texto foi escrito).
A primeira versão do aplicativo só vai conseguir traduzir do inglês para línguas latinas (português, espanhol, francês e italiano são as principais) e vice-versa. Os desenvolvedores pretendem expandir o pacote e incluir dialetos asiáticos, hindus, árabes, eslavos e africanos. Além disso, versões futuras do Pilot prometem traduzir todas a vozes ao seu redor e não apenas a de quem está usando o segundo par de fones.

Desenhe em 3D usando fogo, estrelas e neve.

Com o Tilt Brush, novo aplicativo do Google, você pode literalmente pintar no ar.

tilt brush

                                                         Brinque com fogo à vontade.


Esqueça os lápis de cor e o papel: agora, você vai poder desenhar e pintar no ar, em 3D, usando materiais incríveis como fumaça e luz - e, de quebra, compartilhar suas criações com o mundo todo. O Google acaba de lançar o aplicativo Tilt Brush, que combina arte com realidade virtual.
Para fazer entrar na brincadeira, porém, você precisa de um dispositivo 3D específico chamado HTC Vive, que vem com um óculos de realidade virtual e um controle parecido com o do Nintendo Wii - o conjunto custa US$ 800 (algo em torno de R$ 2800). Você também terá de comprar o aplicativo Tilt Brush, que custa US$ 29 na Steam.
No que diz respeito às possibilidades de criação, o Tilt Brush parece valer o que custa: ao colocar os óculos, é como se você entrasse em um quarto de espaço infinito - que, aliás, pode ser formatado como o espaço sideral ou uma noite estrelada. Uma vez dentro do ambiente projetado, você pode criar o que quiser, de roupas e objetos a vulcões e florestas, usando materiais como fogo, estrelas, fumaça, neve e luz - e tudo o que for criado por você fica salvo no aplicativo. Ou seja, qualquer pessoa equipada com o HCT Vive pode andar pela sua exposição virtual e ver uma coisa mais ou menos assim:
tilt brush
Ah, e para completar, o usuário também pode compartilhar seus trabalhos em forma de gifs animados com amigos que também tenham o Tilt Brush - isso enquanto conversa com eles por um chat que vem no app.
Assista ao vídeo de uma galera criando com o Tilt Brush:



Fonte: SuperInteressante

Ande na maior montanha-russa do mundo - sem sair do celular.

Uma dose de adrenalina direto do sofá - experimente o brinquedo com a maior queda livre da história com aplicativo de realidade virtual.

Maior montanha russa de queda livre


A montanha-russa americana Valvran só está funcionando há 9 dias, mas já quebrou seis recordes diferentes. A monstruosidade fica no parque Cedar Point, em Ohio, e é a maior montanha-russa de queda livre do mundo. O topo do brinquedo fica a 68 metros do chão, o equivalente a um prédio de 20 andares.
Lá do pico, o carrinho fica pendurado por 4 segundos - tempo suficiente para contemplar a descida de 65 metros, a 121 km/h, seguida de um looping. A Valvran é, de uma vez só, a montanha russa mais alta, mais rápida, com a maior duração, o maior looping e a maior queda a 90 graus da história. Se isso não é o suficiente para embrulhar o seu estômago, dê uma olhada no vídeo abaixo, que mostra todo o percurso da perspectiva do passageiro:


Se você não tem planos de visitar os Estados Unidos tão cedo, dá para experimentar a Valvran usando seu celular. O parque de diversões desenvolveu um aplicativo de realidade virtual para Android e iOS. Usando um óculos de RV, você experimenta as sensações da hipermontanha direto do seu sofá.
Essa mistura de realidade virtual e brinquedos radicais tem se tornado cada vez mais comuns. O Six Flags, um dos maiores parques temáticos dos EUA, repaginou uma das suas montanhas russas usando o óculos Gear VR da Samsung. O passageiro anda de verdade no brinquedo, mas a realidade virtual traz cenários fantásticos de aventura durante o sobre e desce. E é só o começo: o Six Flags planeja usar o equipamento em outras 9 atrações.
O equipamento de realidade virtual tem se tornado cada vez mais acessível, especialmente o tipo em que você insere o smartphone e as imagens são geradas a partir dele. O principal modelo do Google, o Cardboard, é feito de papelão. O site da empresa ensina a montar a sua própria versão, usando materiais simples. Mas já avisamos: o trabalho manual é bem difícil e, em sites como o Mercado Livre, dá para encontrar o aparelho já montado a partir de R$ 20.

Não são só robôs: editores humanos também decidem o que você lê no Facebook.

O Facebook admitiu: tem sim um pessoal supervisionando os algoritmos - mas eles juram que não querem te manipular.

Mão segura balão com hashtag

Não é difícil pensar que as redes sociais, principalmente o Facebook, são cada vez dominadas por máquinas e cálculos. Natural, fomos condicionados a isso. Uma das cenas mais emblemáticas de A Rede Social, o filme de 2010 que representa a criação do site, é justamente Zuckemberg desenhando números e números em uma janela, afim de produzir o algoritmo perfeito. Além disso, o próprio Facebook reforça essa imagem - seus comunicados constantemente se referem à uma melhora em sua inteligência artificial. Eis que as coisas não funcionam exatamete assim: alguns documentos vazados mostram que, no fim das contas, quem decide o que aparece na sua timeline é um grupo de humanos.

A história toda começou quando, no último dia 9, o Gizmodo reportou que o Facebook estava sabotando seus Trending Topics para favorecer assuntos com temática favorável aos conservadores americanos. A reportagem se baseava no relato de funcionários que, anonimamente, afirmavam bloquear assuntos da lista. A notícia caiu como uma bomba. Até então, o Facebook afirmava que os tópicos eram determinados por algoritmos gerados a partir de seu engajamento, páginas curtidas e localização. Em meio ao bafafá, o jornal britânico The Guardian vazou um manual interno do Facebook, em que eram dadas orientações sobre como uma de suas equipes deveria editar os tópicos, o que incluiria, sim, a opção de remover e adicionar tópicos.

A princípio isso pode nem te incomodar muito - para o público brasileiro os tópicos são basicamente invisíveis, com a exceção de poucas experiências em português que ainda estão sendo estudadas - mas há um impacto.  Desde outubro de 2014 (mesmo ano em que os Trending Topics chegaram ao Facebook), os tópicos influenciam no seu feed de notícias. Em termos práticos, se "Capitão America: Guerra Civil" entra na relação de notícias mais comentadas, o próprio Facebook aumenta as chances de uma matéria, ou um comentário de um amigo, sobre o novo filme da Marvel aparecerem na sua tela. Isso tem impacto direto na audiência de sites, na divulgação de produtos, e (como no caso dos conservadores) ideias.

O Facebook, então, se pronunciou. Liberou o o manual para quem quiser ler e explicou que, sim, existe uma equipe, mas, não, o objetivo deles não é manipular os usuários. "A escolha dos tópicos que aparecem para o público é feita por algoritmos, não pessoas. Esse produto também tem um time de pessoas que possuem um importante papel em garantir que o que   aparece nos Treding Topics são uteis e de alta qualidade", afirmou Justin Osofsky, vice-presidente de operações globais do Facebook.
O que o Facebook afirma é bem coerente, na verdade. De acordo com seus representantes, o processo é o seguinte: um algoritmo nativo na rede social calcula quais são as palavras, ou assuntos, que tiveram um aumento significativamente maior que a média em um período de 24 horas. Cabe então, à equipe de humanos supervisionar o resultado dos robôs.
A possibilidade de remover só seria utilizada para apagar o que eles chamam de "barulho", hashtags comuns que não representam nenhum acontecimento, algo como #FimDeSemana, #Viagem, e o famigerado #Top.
A inserção de conteúdo, por outro lado, seriam mais uma edição do que outra coisa. Quando dois tópicos acabam representando a mesma coisa, um terceiro que abrange ambos pode ser criado para armazenar as referências de maneira única. Em um jogo do Flamengo contra o Fluminense, por exemplo, seriam apagados tópicos com os nomes dos dois times e criado um chamado "Flamengo vs Fluminense".
Os editores também possuem o devem classificar os tópicos em grau de importância "Normal" "História Nacional", "História Grande" ou "História Nuclear", o que representaria respectivamente um nível maior de relevância - e quanto mais importante, em mais feeds os conteúdos relacionados a ela aparecem. Para determinar isso, os humanos checavam sites de notícia para ver se os assuntos realmente tinham repercutido na grande mídia. Para ser considerado "Grande", por exemplo, deveria aparecer em pelo menos cinco grandes sites americanos.
A origem disso tudo também parece ser bem justificada. De acordo com o Guardian, o Facebook institucionalizou que uma equipe de humanos deveria supervisionar os algoritmos depois que muita gente reclamou que matérias referentes ao caso de Ferguson (que causou furor nos Estados Unidos após um adolescente negro ter sido morto por um policial) não estavam com alcances proporcionais à seriedade da questão. Rolou uma pressão para que as coisas mudassem.
Quanto à censura, o Facebook nega que visões políticas estão sendo suprimidas e afirma que, caso percebe esse comportamento, demitirá os envolvidos.
No fim, a ideia de humanos e máquinas trabalhando junto faz bastante sentido, é uma tentativa de deixar a aba mais organizada do que os Trends do concorrente Twitter - onde não é difícil encontrar tópicos sem relevância, repetidos, e muitas vezes desnecessariamente comuns (ou você acha que o One Direction realmente precisa de um tópico por dia?).

Robô-sereia encontra vaso do século 17 no fundo do mar.

O novo robô, desenvolvido na Universidade Stanford, fez sua estreia mergulhando naufrágio de 1664 que jamais havia sido tocado por mãos humanas. E de cara já fez uma descoberta arqueológica.

Robô-sereia


O mergulhador flutuou lentamente sobre os destroços do navio de guerra La Lune, que um dia pertenceu à frota naval de Luis 14, o "Rei Sol" francês, e há 350 anos apodrece na escuridão de 100 metros de profundidade. Sua atenção foi atraída por um velho vaso do tamanho de uma manga e ele se aproximou devagar. Ele então extendeu a mão e suavemente contornou a cerâmica com a mão. Por fim, enfiou um dedo no vaso, fechou a mão, nadou até uma cesta que estava pendurada em sua embarcação, 100 metros acima, colocou o vaso lá dentro, fechou a tampa e pronto: uma descoberta arqueológica havia sido feita. Com uma novidade: o nome do mergulhador é OceanOne e ele é um robô em forma de sereia, projetado para ir mais fundo do que qualquer ser humano.
Sereia porque o robô é um humanoide, dotado de braços, mãos, cabeça, tronco - mas não de pernas. Sua propulsão é a hélice mesmo.
Robô-sereia
O robô, desenvolvido pela equipe de Oussama Khatib, no laboratório de robótica da Universidade Stanford, é controlado a distância, de um barco. Ele é dotado de um sensor que permite aos pesquisadores tatear os objetos que o robô toca. Os braços robóticos têm todas as articulações de um braço humano, e o piloto consegue controlar as mãos do robô como se fossem suas próprias mãos. "OceanOne será o seu avatar no fundo do mar", disse Khatib, no site da universidade.
Veja o vídeo divulgado pela Universidade Stanford:


A utilidade do novo robô é imensa se levarmos em conta de que a maior parte da superfície terrestre é oceano e a profundidade média do oceano é de 4 quilômetros. Só que os mergulhadores humanos correm risco de vida se mergulharem mais fundo do que 30 metros - e é impossível ir além dos 150 metros de profundidade usando ar comprimido. Apenas com muita tecnologia e muito tempo de descompressão seres humanos vão além de algumas centenas de metros. Ou seja: a maior parte do oceano - e do mundo, portanto, é simplesmente inacessível para seres humanos. Mas não para robôs que se movem como humanos.

Fonte: SuperInteressante