sábado, 7 de novembro de 2015

Um homem morreu de câncer — que o verme dentro dele tinha

Em caso inédito, uma espécie de tênia espalhou células do próprio câncer pelo corpo de um homem, que morreu 72 horas depois do diagnóstico.

Um novo estudo explicou o caso que intrigou médicos do mundo todo. Um homem colombiano, de 41 anos, foi parar no hospital depois de muita tosse, febre e perda de peso. Ele era HIV positivo, o que deixava seu sistema imunológico mais debilitado. Ao realizar uma tomografia, o médico encontrou tumores no pulmão e linfonodos e exigiu a realização de uma biópsia nos tecidos pulmonares.
A equipe do hospital não estava preparada para o que veio a seguir: as células analisadas eram claramente cancerosas: se multiplicavam em alta velocidade, eram desordenadas, invasivas e todas iguais. Mas nem de longe pareciam células humanas. Confusos, cientistas realizaram diversos testes até descobrirem que as células tinham DNA do verme H. nana, uma espécie de tênia que afeta mais de 75 milhões de pessoas no mundo.
cancer
Imagem das células cancerosas do verme, que estavam no pulmão do homem

H. nana é um verme que mede de 15 a 40 milímetros e fica no intestino humano. A hipótese mais provável é que, como o homem possuía o vírus do HIV, o verme conseguiu crescer cada vez mais, sem ser ameaçado pelo sistema imunológico. Quando alguma divisão celular deu errado, a tênia desenvolveu câncer e as células doentes foram depositadas pelo corpo do paciente, já debilitado. Um dos pesquisadores do caso, Atis Muehlenbachs, diz: "Ficamos impressionados quando descobrimos esse novo tipo de doença - vermes crescendo dentro de uma pessoa, contraindo um câncer que se espalha pelo corpo humano e criando tumores".
Por ser uma situação tão inesperada, os resultados do estudo da doença só foram publicados agora, apesar de o homem ter morrido em 2013. É provável que esse não seja um caso isolado, mas os outros ainda são desconhecidos. O tratamento para o problema ainda é uma incógnita: drogas que matam o verme provavelmente não liquidariam o câncer, mas um tratamento quimioterápico para humanos pode ser efetivo.

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